Estudantes e especialistas em epidemiologia e Big Data (estudo sobre grande volume de dados) se unem a partir de hoje (2), na cidade do Rio de Janeiro, para explorar o potencial dos dados e da tecnologia na busca de soluções no combate ao vírus zika.
O evento colaborativo Alerta Zika é uma parceria entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), a Secretaria Municipal de Saúde e o Lab.Rio, da prefeitura carioca.
Durante dois dias, serão explorados os fatores epidemiológicos, ambientais e sociais que explicam o avanço da doença. O objetivo é desenvolver algoritmos e gerar visualizações que mostrem valor na solução do desafio. “Quando a epidemia de zika surgiu, em 2015, muitos cidadãos procuraram as redes sociais para encontrar aconselhamento e remédios. É possível que, monitorando as conversas no Facebook ou Twitter, possamos detectar o avanço da epidemia”, disse Antonio Moneo, especialista em dados abertos do BID.
Dentre os desafios, está o de prever se haverá novo surto de zika no próximo verão, na capital fluminense. De acordo com a subsecretária de Promoção de Vigilância e Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde, Betina Durovni, os mais de 30 mil casos de zika, registrados na cidade, no ano passado, pode se repetir no ano que vem. “É importante que possamos nos antecipar a uma nova epidemia, se quisermos contê-la”, disse ela.
No início da pandemia (epidemia ampliada em uma região maior, coninental) achava-se que o vírus era transmitido apenas por picada do mosquito. Recentemente, descobriu-se que também é transmitido através de outros canais – como relações sexuais, por exemplo –, como explica estudo feito pela FGV, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde.
A especialista em saúde do BID, Diana Pinto, destacou que “a evidência emergente sobre as consequências neurológicas severas associadas ao vírus Zika , tanto em bebês como em adultos, colocou em xeque os sistemas de saúde na América Latina, pois a capacidade para tratamento e reabilitação desses problemas é limitada”.
A equipe vencedora que apresentar o melhor projeto será convidada a apresentar os resultados no evento Aula BID, na próxima segunda-feira (5), sobre os principais desafios da região. Um representante das três equipes vencedoras participará de seminário sobre o vírus no primeiro trimestre de 2017, na sede do BID, em Washington, nos Estados Unidos.
A iniciativa Alerta Zika surgiu a partir do projeto Zika SmarterCrowdsourcing, que discutiu soluções palpáveis para questões relacionadas às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti: dengue, chikungunya e zika.
Agência Brasil