Em 2014, o Nordeste era a grande região brasileira onde a participação feminina era mais representativa nos cursos de educação e qualificação profissional. É o que mostram os resultados do Suplemento de Educação e Qualificação Profissional da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2014, divulgados no dia 23 de março pelo IBGE.
Os percentuais de mulheres de 15 anos ou mais de idade frequentando curso superior de graduação tecnológica (49,9% do total de estudantes), curso técnico de nível médio (59,7% do total) e curso de qualificação profissional (58,7%) eram maiores no Nordeste tanto em relação à média nacional quanto na comparação com cada uma das outras quatro regiões.
Por outro lado, também no Nordeste as mulheres eram mais representativas entre as pessoas de 15 anos ou mais que não frequentavam qualificação profissional, mas tinham interesse em fazê-lo: elas eram 57% desse contingente.
Na região, as razões mais citadas para não frequentar curso de qualificação profissional, a despeito do interesse em fazê-lo, foram não ter condições de pagar o curso (indicada por 24,4% dos cerca de 11,9 milhões de nordestinos nessa condição), dificuldade para conciliar o curso com o trabalho (20,0%) e não existir curso de qualificação profissional na área (18,3%).
O perfil dos estudante da educação profissional no Nordeste sugere que a frequência aos cursos pode estar ligada ao desejo/ necessidade de conseguir um trabalho, visto que, nas três modalidades investigadas, os percentuais de alunos que trabalhavam eram menores na região, diante da média nacional e das outras regiões.
Também existe uma correlação positiva entre o rendimento médio domiciliar total e per capita e a frequência a cursos da educação profissional. Tanto para os estudantes de curso médio técnico aqueles que frequentavam qualificação profissional, esses rendimentos eram mais altos do que entre os que não frequentavam. Essa situação só não se verificava entre os alunos da graduação tecnológica.