Sete jurados devem decidir na noite de hoje (28) se condenam ou absolvem os três policiais acusados de executar Fernando Henrique da Silva, 23 anos, em setembro de 2015.
O julgamento teve início ontem (27), com a leitura do processo pelos jurados, os depoimentos das testemunhas de acusação e de defesa e o interrogatório dos réus, que terminou por volta das 21h30.
A juíza Giovanna Christina Colares decidiu interromper o julgamento e deixar para esta terça-feira os debates do promotor Rogério Leão Zagallo, que começou a falar por volta das 10h25 e terá duas horas e meia para fazer a acusação, e dos advogados que defendem os réus, que também terão duas horas e meia para falar. Há possibilidade ainda de réplica e tréplica. A previsão é que essa etapa de debates tenha nove horas de duração e só então os jurados se reunirão para decidir a sentença.
Réus no processo, Flávio Lapiana de Lima e Fabio Gambale da Silva são acusados de homicídio doloso qualificado (por motivo torpe, meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima), fraude processual (por alteração no local do crime) e falsidade ideológica (por terem dado versões falsas sobre o crime durante a investigação). O terceiro réu, Samuel Paes, responde por homicídio doloso qualificado (por motivo torpe, meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima).
O caso
Fernando estava em uma moto roubada com Paulo Henrique Porto de Oliveira, de 18 anos, quando foi surpreendido por policiais na Rodovia Raposo Tavares.
Durante a fuga, Fernando abandonou a moto e subiu no telhado de uma casa no bairro do Butantã, na zona oeste da capital paulista, e foi cercado por policiais.
Imagens feitas à distância por celulares mostram o policial Samuel Paes aproximando-se da vítima ainda no telhado, revistando-a e, aparentemente, jogando Fernando, rendido e desarmado, do telhado em direção ao quintal de uma casa. Depois da queda – cena que não foi registrada pelas imagens – os dois policiais, Flávio Lapiana de Lima e Fabio Gambale da Silva, que estavam no quintal aguardando, teriam atirado contra Fernando, que morreu no local.
Os policiais alegam que agiram em legítima defesa e que atiraram em Fernando após ele ter disparado na direção deles. Já o Ministério Público acusa os policiais de execução, por terem matado Fernando quando ele já estava rendido, desarmado e sob a mira de diversos policiais.
Agência Brasil