O rei do reggae, Bob Marley, dizia que “o reggae não é para se ouvir, é para se sentir. Quem não o sente não o conhece”. E foi justamente nessa vibração, de sentir a música e conhecer a mensagem de paz e justiça, que o público curtiu a programação especial para os amantes do gênero musical, nesta segunda-feira (12), nos largos Tereza Batista e Pedro Archanjo.
Coube à argentina Pali abrir, às 17h, a “segunda do reggae”, no Pelourinho. No Largo Tereza Batista, o trombone, marca registrada da artista, criou uma atmosfera sonora com referências à música jamaicana, além de apresentar no repertório clássicos de Edson Gomes. A argentina chegou à Bahia em 2014 e participou de diversos grupos musicais, além de vários discos como backing-vocal. Pali participou da orquestra Obinrin, que acompanhou a visita da africana Sayon Bamba, na viagem pela Bahia, regida pelo maestro Letieres Leite.
Quando o relógio cravou 22h, o compasso e o balanço do reggae dominaram os largos Tereza Batista e Pedro Archanjo. De um lado, a cantora Jô Kalado preparou um show em homenagem a Bob Marley, que completaria 73 anos no último dia 6 de fevereiro. Com mais de 20 anos de carreira, Jô faz o segundo Carnaval em carreira solo. O público dançou aos grandes sucessos de Gregory Isaac, Alpha Blondy, Adão Negro, entre outros. “É sempre mágico tocar no Pelô. Por isso, preparamos um show com muito carinho e essa homenagem para Bob Marley”, revelou.
Ao atravessar a rua, a banda soteropolitana Tallowah Roots apresentava canções autorais, que retratam a fé e a perseverança para superar os problemas cotidianos. No repertório, canções autorais do 1° álbum, ‘Atitude, consciência e fé’, e do segundo CD, ‘Sem medo de errar’, além de releituras de grandes nomes do reggae nacional e mundial.
“Para nós, é uma honra e um sonho realizado tocar no Pelourinho, local importante para a história do povo negro. No ano em que o tema do Carnaval é a Revolta dos Búzios, é sempre bom relembrar que a nossa luta por igualdade e justiça contínua. A música é um instrumento desta batalha”, revelou Ivan Almeida, vocalista da Tallowah.
Criada em 2001, Tallawah saiu do Subúrbio Ferroviário de Salvador e se consolida como uma das revelações da cena reggae de Salvador, com influências do R&B, New Roots, MPB e a música baiana.
Foto: Alexandra Martins Costa