O embaixador do Irã nas Nações Unidas enviou carta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, ressaltando que seu país quer evitar novos confrontos militares com os Estados Unidos (EUA).
A missão permanente do Irã na ONU divulgou nessa quarta-feira (8) a carta enviada pelo embaixador Majid Takht Ravanchi.
Na carta, Ravanchi justifica como legítima defesa o ataque iraniano a uma base aérea americana no Iraque. Ele disse que o ataque foi feito “de acordo com seu direito inerente nos termos do Artigo 51 da Carta das Nações Unidas.”
Ele explicou que o Irã adotou medidas proporcionais contra a base aérea americana no Iraque, da qual partiu o “covarde” ataque que matou o comandante Qassem Soleimani.
Entretanto, Ravanchi deixou claro que o Irã não deseja uma piora da situação e não busca a guerra.
A carta é vista como uma resposta ao pronunciamento de ontem do presidente dos EUA, Donald Trump.
Precisão
Os ataques com mísseis do Irã a locais com concentração de tropas americanas no Iraque foram precisamente calculados para evitar grandes perdas humanas.
A NHK obteve fotos de satélite da Base Aérea de Ain al-Assad, que abriga militares dos EUA, na região oeste do Iraque, tiradas horas após os ataques de quarta-feira.
Especialistas do Instituto Middlebury de Estudos Internacionais em Monterey, na Califórnia, identificaram pelo menos sete locais na área da base que parecem ter sido atacados.
Uma foto anterior, tirada no dia 30, mostra uma fileira do que parece ser cinco grandes barracas semelhantes a hangares para aviões militares. Na foto de ontem, três dos prováveis hangares estão destruídos, ao passo que os dois situados nas extremidades permanecem intactos.
Uma grande cratera em uma pista de pouso não aparece na foto de dezembro.
Outros possíveis alvos dos ataques são todos hangares ou depósitos.
A pesquisadora assistente Margaret Croy ressalta que, em grande parte, os impactos foram diretos e centrados em depósitos. Ela afirma: “Aparentemente os mísseis usados pelo Irã para atacar esta base militar no Iraque eram de tal qualidade e precisão que foram capazes de atingir pontos específicos das bases.”
Agência Brasil