Os protestos na Rússia deste domingo terminaram com 4.096 pessoas presas, segundo o portal russo OVDInfo. Milhares de pessoas foram às ruas protestar contra a prisão de Alexei Navalny, principal opositor do presidente Vladimir Putin, que foi preso ao retornar a Moscou depois de passar meses na Alemanha se recuperando de um envenenamento.
De acordo com o portal, milhares de pessoas foram agredidas por policiais durante as detenções. Pelo Twitter, eles compartilharam fotos de um ônibus em que alguns manifestantes estavam cheio de sangue depois que a polícia os prendeu.
As manifestações se espelharam por centenas de cidades no país. Em Moscou, mais de 1,4 mil pessoas foram presas e em São Petersburgo, quase mil foram detidas.
Entre os presos de hoje está a esposa de Navalny, Yulia Navalnaya, de acordo com o canal de televisão independente Dozhd e a agência estatal TASS, que indica, segundo a advogada de Navalnaya, que a cliente foi detida quando protestava junto a outros manifestantes a caminho da penitenciária de Matrosskaya Tishina, em Moscou, onde o marido está preso.
Esta não é a primeira vez que Yulia é presa. No último dia 23, ela também estava entre os 4 mil detidos em outro protesto.
Protestos no país já são ilegais e não tem autorização do governo, e agora, com a pandemia do novo coronavírus, eles se tornam ainda mais arriscados.
Na capital russa, onde os protestos começaram às 9h (hora local) deste domingo, as detenções começaram antes mesmo do início da passeata, convocada inicialmente para a praça de Lubianka, onde está localizada a sede do Serviço Federal de Segurança (FSB, antiga KGB).
O forte esquema de segurança e o fechamento das estações de metrô mais próximas impediu que manifestantes chegassem a Lubianka, motivo pelo qual a equipe de Navalny anunciou uma mudança no percurso para as estações de Sukharevskaya e Krasnye Vorota.
Conforme a Agência Efe constatou, a polícia já esperava os manifestantes na saída do metrô e começou a prender todos que se aproximavam do local de encontro.
Cerca de mil manifestantes chegaram ao Anel dos Boulevards e à praça Komsomolskaya, onde agentes formaram vários cordões humanos para impedir o acesso. Antes do esvaziamento da praça, os manifestantes gritaram “liberdade para Alexei Navalny”. Ao menos um homem ficou ferido pelo uso da força da polícia.
R7