Dados da CBIC apontam alta de 46,1% na venda de apartamentos novos em 2021. Tecnologia passa a ser ainda mais importante nesse cenário
A busca por espaço e estrutura que permitam morar ou trabalhar com conforto indica boas perspectivas para o mercado imobiliário no pós-pandemia. Segundo dados divulgados no final de agosto pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o Brasil registrou aumento de 46,1% no número de apartamentos novos vendidos no primeiro semestre de 2021, em relação ao mesmo período do ano passado. Os maiores índices de crescimento foram registrados nas regiões Nordeste e Sudeste, com 60,9% e 49,2% respectivamente – melhor resultado desde 2017.
Com a alta demanda e a queda no número de unidades disponíveis em estoque, a tecnologia tem sido a principal aliada das construtoras para acelerar processos e reduzir as perdas e o impacto no meio ambiente. Nos últimos anos, as empresas do setor vêm lançando mão de novas soluções para otimizar a execução das obras e melhorar a qualidade das edificações, priorizando também os prazos de entrega.
Ao mesmo tempo em que o atual momento estimula a mudança para residências espaçosas, que ofereçam funcionalidade para home office e coworking, conforto nas áreas de convivência para permitir a interação de familiares e amigos, as construtoras se adaptam à nova realidade do mercado. “Também temos notado esse aumento de demanda – tanto do residencial, quanto de obras corporativas. Com prazos cada vez mais apertados, o tempo é um item ‘de luxo’ nos projetos e há uma grande pressão por cumprir as metas”, afirma a gestora de Assistência Técnica do Grupo A.Yoshii, Daniele Lifonsina Cintra Sagrado.
Reconhecida por cumprir rigorosamente os prazos de entrega desde que começou as atividades, há 56 anos, a construtora vem utilizando sistemas inteligentes e modernos que auxiliam e agilizam as etapas de construção. De acordo com Daniele, além dos modulares, usados em larga escala, a tecnologia de ponta veio para facilitar a execução da obra. “A construção civil brasileira sempre foi uma área muito ‘artesanal’, pois depende diretamente da qualificação da mão de obra”, observa. “Mas, nos últimos anos, temos utilizado a tecnologia a nosso favor, utilizando cada vez mais ferramentas inovadoras”, completa.
O que é o “BIM” na construção civil?
Entre os recursos aplicados às obras residenciais e corporativas da construtora, a gestora destaca a Modelagem da Informação da Construção (BIM, na sigla em inglês). Em linhas gerais, essa metodologia permite criar soluções digitais, manejando coordenadamente toda a informação de um projeto. “A evolução dos projetos em BIM proporciona maior domínio sobre as atividades que serão executadas em uma obra”, explica. “Podemos prever as possíveis interferências e os impactos no canteiro e antecipar soluções na realização da obra”, completa Daniele.
Também no desenvolvimento de produtos e materiais, a construção civil demonstra evolução. “Demos passos largos em relação a isso, com construções monolíticas em parede de concreto e a utilização de peças pré-moldadas, entre outros recursos”, destaca.
Softwares e drones
A tecnologia a favor da qualidade e da gestão das obras inclui ainda a utilização de drones para o monitoramento das edificações. “O uso de tablets em campo também representa um avanço”, avalia Daniele. “Graças ao equipamento, a liderança consegue checar projetos para sanar dúvidas e problemas técnicos em tempo real e acessar softwares para checagem de serviços e materiais, e controle das atividades desenvolvidas na obra.”
Para a gestora, a tecnologia e os materiais agregados à construção não apenas aumentam a produtividade durante a obra, como também são fundamentais para garantir a qualidade do produto final.