A paciente Daiane Chaves Cavalcanti, que sofreu complicações após cirurgias plásticas feitas pelo médico Bolívar Guerrero Silva, teve hoje (29) curativos retirados, após procedimentos de correção e passará por nova cirurgia reparadora.
O advogado Ornélio Mota Rocha, que defende Daiana, esteve ontem no hospital onde ela está internada, com o pai da vítima, Anderson Cavalcanti, onde recebeu informações sobre o estado de saúde da paciente, que tem 35 anos. “Os médicos retiraram um dos curativos a vácuo abaixo de um dos seios e outro da parte inferior da barriga, que já estão cicatrizados”, informou Ornélio, acrescentando que ela ainda tem dois curativos.
“Daiane também está sendo acompanhada por um psiquiatra e uma psicóloga do hospital, devido à fragilidade emocional pelos traumas que passou no Hospital Santa Branca. Ela ainda passará por outro procedimento cirúrgico na quarta-feira (3) ou no dia seguinte para correção da cirurgia”, informou o advogado.
Procedimento
No início de junho, Daiana fez procedimentos cirúrgicos no abdômen e nos seios com o cirurgião plástico equatoriano Bolívar Guerrero Silva,,de 63 anos. As cirurgias a deixaram com várias sequelas, como necrose do tecido abaixo dos seios e da barriga.
A paciente retornou dias depois ao hospital ao ficar com os seios inchados e avermelhados e a barriga com um ferimento aberto. Apesar dos pedidos de transferência de hospital feitos por Daiana, ela diz ter sido mantida contra sua vontade internada no Hospital Santa Branca. O médico está preso desde o dia 18, acusado de manter a paciente em cárcere privado, como forma de ocultar seu estado de saúde.
Depois de quase dois meses mantida no hospital, a paciente foi transferida na semana passada, por decisão da Justiça, para o Hospital Federal de Bonsucesso. Na sexta-feira passada (22), a paciente passou por um procedimento cirúrgico para retirada da pele necrosada.
Prorrogação da prisão
Nesta semana, a Justiça prorrogou por mais 25 dias, a pedido do Ministério Público, a prisão temporária do médico.
O inquérito policial foi inicialmente instaurado para apuração de lesão corporal de natureza grave contra a paciente Daiana Chaves, mas passou a apurar também associação criminosa e cárcere privado, sendo decretada a prisão temporária pelo prazo inicial de cinco dias e, posteriormente, prorrogada por mais cinco dias.
Ao receber o inquérito, a promotora de Justiça Cláudia Portocarrero entendeu que, ao contrário do indiciamento feito pela polícia, havia indícios fortes de que o agente teria assumido o risco de matar a vítima e, portanto, teria cometido crime mais grave: homicídio qualificado na modalidade tentada, hediondo.
Agência Brasil