“Não teremos outro dia como ontem, chega! Estou com as armas da democracia nas minhas mãos”, afirmou o presidente em frente ao Palácio do Alvorada. “Chegamos no limite”, declarou.
O presidente, visivelmente irritado na live publicada nesta manhã, afirmou que o único objetivo da ação de quarta-feira, determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, era atingir pessoas que o apoiam. “Querem tirar a mídia que tenho em meu favor, sob o argumento falacioso de fake news.”
“Não foi justo o que aconteceu no dia de ontem. Se coloquem no lugar daquelas pessoas que tiveram suas residências invadidas, como se fossem bandidos.”
Nas palavras do próprio Bolsonaro, governar está sendo mais difícil do que imaginava porque os inimigos estão aqui dentro, e não no exterior.
“Não mais ousarão atingir direitos individuais. Chega! Eu peço a Deus que ilumine a todos em Brasília para que de forma sensata venham corrigir o que está sendo feito de errado”, declarou Bolsonaro. “Essa crise não interessa para ninguém. Uma pessoa [Alexandre de Moraes] conseguiu punir a imprensa, tradicional e as redes sociais”.
Bolsonaro também reclamou do STF ao voltar a comentar a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, determinada pelo decano da Corte, Celso de Mello. “Fizemos o possível para que só fosse exibido o que interessava ao inquérito, mas não fui atendido”.
“Ouvir que um ministro meu pode ser preso pode ser preso por até 20 anos, eu peço que reflitam”, disse, e enfatizou. “Pelo amor de Deus, eu peço que reflitam.”
Na visão do presidente, a reunião era fechada, secreta e lá dentro todos poderiam falar o que quisessem. “A responsabilidade do que tornou-se público não é de nenhum ministro, é do Celso de Mello, ele tornou público. Eu peço pelo amor de Deus que não sigam com esse inquérito, a não ser pelo abuso de autoridade.”
Na abertura da suposta entrevista coletiva, que no entanto não teve espaço para perguntas da imprensa, ele reclamou de governadores e prefeitos que, de acordo com ele, estão ajudando a derrubar a economia com medidas extremas contra o coronavírus.
Afirmou que agora há uma terceira onda possível com a pandemia. O vírus em si, a recessão posterior e, finalmente, um terceiro momento de caos social, comparável ao que vive a Venezuela.
Durante a madrugada, o presidente já havia mostrado em suas redes sociais descontentamento com a operação determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Bolsonaro também publicou em suas redes sociais um vídeo questionando o conceito de liberdade de expressão defendido por Moraes. E afirmou: “Estamos trabalhando para que se faça valer o direito à livre expressão em nosso país. Nenhuma violação desse princípio deve ser aceita passivamente!”
R7