Em videoconferência promovida pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Bolsonaro disse que há “uma guerra” e que existe uma tentativa política de tentar quebrar a economia para atingir o seu governo. “O que parece que está acontecendo parece uma questão política, tentando quebrar a economia para atingir o governo”, comentou.
Bolsonaro criticou as medidas de “lockdown”, fechamento total de serviços considerados não essenciais, que passaram a ser consideradas por Doria, um de seus principais adversários políticos. São Paulo tem 54.296 casos confirmados e 4.315 mortes por covid-19.
“Um homem está decidindo o futuro de São Paulo, o futuro da economia do Brasil. Os senhores, com todo o respeito, tem que chamar o governador e jogar pesado, porque a questão é séria, é guerra. É o Brasil que está em jogo, se continuar o empobrecimento da população daqui a poucos seremos iguais na miséria”, disse.
O presidente defendeu a abertura rápida do mercado e providências imediatas para evitar consequências como possibilidade de “caos”, “saques” e “desobediência civil”. Segundo o presidente, neste caso não adiantará convocar as Forças Armadas porque não haverá militares suficientes para atuar na GLO (Garantia da Lei e da Ordem).
“Lá na frente, eu tenho falado até com o ministro Fernando (Azevedo), da Defesa, os problemas vão começar a acontecer, de caos, saques de supermercado, desobediência civil. Não adianta querer convocar as Forças Armadas que não vamos ter gente para tanta GLO. Não existe gente para tanta GLO. E o povo vai estar na rua, em grande parte, por estar passando fome. E homem com fome não tem razão, ele perde a razão”, disse.
Bolsonaro citou o decreto no qual incluiu academias, salões de beleza e barbearia na lista de serviços essenciais. Na semana passada, o presidente já havia incluindo na relação a construção civil e atividades industriais.
“Tem governador falando que não vai cumprir. Eles estão partindo para a desobediência civil. Se alguém não concorda com um decreto meu, tem dois caminhos: um projeto de decreto legislativo no Congresso, para tornar sem efeito o meu decreto, ou ação na Justiça, e não (apenas) ‘não vão cumprir'”, disse.
Doria responde
Após ter conhecimento das declarações de Bolsonario, Doria escreveu: “Mais uma vez, o presidente Bolsonaro deixa de defender a saúde dos brasileiros para atacar quem está trabalhando para proteger vidas. Prefere comícios, andar de jet ski, treinar tiros e fazer churrasco. Enquanto milhares de brasileiros morrem por coronavírus. Acorde para a realidade presidente Bolsonaro. Saia da bolha de ódio e comece a ser um líder. Se for capaz”.
R7