Trilha sonora é importante para muitos momentos da nossa vida. Eu confesso que sou movida à música. Adotamos recentemente aqui em casa o hábito de almoçar ouvindo música clássica (dependendo de mim, sempre rola algo de Bach – minha grande preferência). A refeição ficou ainda mais prazerosa e a comida mais gostosa.
Também sou adepta de cozinhar ouvindo música. Tenho lá meus dotes culinários e também sou formada em gastronomia, mas não há comparação entre quando cozinho com música e sem. Brinco com amigos que se eu abrisse um restaurante, a cozinha teria que ter minha set list tocando o tempo todo.
Música é uma arte e a gastronomia também pode ser. Então por que não buscar inspiração nos clássicos para tornar os pratos clássicos mais elaborados e até com certo toque de originalidade? Só quero deixar claro que neste contexto de clássico musical que me refiro é basicamente a la crème de la crème de qualquer estilo sonoro. Vale rock, no melhor estilo Rolling Stones e Beatles, bossa nova, de Tom e João, pop nacional, do velho e bom Paralamas e também do IRA, além do samba, com espaço para Noel Rosa, Paulinho da Viola, Clara Nunes ou nosso samba do recôncavo baiano, na voz da divina Betânia. Faltou citar muita gente e estilos? Claro! São somente exemplos. Você não curte nada disso? Não tem problema. Monte a trilha de acordo com sua preferência e mão na massa.
Caso você tenha gostado das minhas dicas e ainda tenha paciência para ler algumas outras, aqui vão combinações que têm funcionado na minha cozinha nestes últimos dez anos…
Confeitaria – trilha do filme Amélie Poulain;
Hambúrguer e junk food em geral – qualquer coisa dos Rolling Stones ou Jim Morrison;
Comida baiana – Mariene de Castro, Gil ou Betânia cantando música de raízes baianas;
Feijoada e outras comidas brasileiras – samba (vale desde Riachão aos clássicos das escolas de samba) ou forró de Luiz Gonzaga;
Massas e risotos – ópera quando estou na pegada (sou fã de Carmem) ou uma musiquinha light a la Carla Bruni ou Diana Krall;
Sopas e saladas – rock nacional (Nando Reis, Cássia Eller, Los Hermanos) e pop light internacional (Keanne, Damien Rice e Belle and Sebastian);
Confort food – Jazz, clássicos da Bossa Nova ou, para dias de fossa, Adriana Calcanhoto cantando Lupicínio Rodrigues
e Betânia cantando Vinícius ou até Roberto Carlos, por que não? A cozinha é minha e, pelo menos, neste espaço o que impera são minhas preferência musicais. Felizmente, até hoje nenhum vizinho reclamou.
Fotos: Larissa Ramos