Desde a década de 70, há cerca de 50 anos, os clubes portugueses perceberam que não teriam como concorrer financeiramente com os grandes mercados europeus: espanhol, italiano, alemão, francês.
Portugal se assume no cenário internacional como trampolim de atletas. Ou seja os contrata jovens, os amadurecem, os valorizam e os repassam com lucro.
Ederson, Ricardo Gomes, David Luiz, Jonas, Ramires foram brasileiros de sucesso.
E que deram muito lucro.
Mas houve aqueles que fracassaram.
Como Paulo Nunes, Edilson, Donizete, Elias.
Fora atletas que fizeram história no Estádio da Luz, como os zagueiros Luisão e Jardel, por exemplo.
O Benfica é um investidor.
E tem seus olhos voltados para a América do Sul e África.
Por isso decidiu contratar Pedrinho, do Corinthians.
Andrés Sanchez sonhava com 30 milhões de euros, R$ 181 milhões. Depois, aceitava 25 milhões, R$ 151 milhões. Afinal, foi alardeado no Parque São Jorge que o clube o vendeu por 20 milhões de euros, cerca de R$ 120 milhões.
Só que a história não é simples assim.
Como o blog vem detalhando desde fevereiro. O clube teve de aceitar na negociação de Pedrinho, o atacante Yony González,
Ele chegou por empréstimo, até junho, com passe fixado em 3 milhões de euros, cerca de R$ 18 milhões.
Mas com a cláusula obrigatória de compra.
Obrigatória.
Yony jamais fez parte dos planos do Corinthians.
O técnico Tiago Nunes não o via encaixado no time intenso, rápido, vibrante que deseja montar.
Nenhum dirigente admirava e fazia questão de ter o colombiano.
Ele foi imposto ao clube.
Tiago Nunes o colocou para jogar apenas quatro vezes.
Mesmo como titular, não fez um gol.
Não deu um chute que foi ao gol adversário.
O clube brasileiro alega que há no contrato de empréstimo uma cláusula que garante que, se o jogador não atuasse pelo menos cinco vezes, poderia ser devolvido. Dependendo dos motivos pelos quais não jogou.
Indisciplina, abandono de clube seriam motivos aceitos pelo Benfica.
Pandemia, não.
A direção portuguesa deixou claro que a cláusula de compra é obrigatória. E não há nada que desabone o jogador a ponto de os portugueses o pegarem de volta.
O Benfica, como o Corinthians, vive crise financeira.
Acaba de pedir 50 milhões de euros, R$ 303 milhões, emprestados.
Ainda não pagou as parcelas, que o Corinthians quer antecipar, pela compra de Pedrinho.
O meia-atacante não agrada Jorge Jesus, treinador do Flamengo, que pode acertar sua volta ao Benfica, ainda esta semana.
Pedrinho ainda não viajou para Portugal, porque o Campeonato Português se extendeu, não há como incorporá-lo ao elenco, já que ele não pode ser inscrito para a competição.
O Corinthians tenta, de qualquer maneira, devolver Yony.
Só que o Benfica não o quer de volta.
Encara como a transação concluída.
Se o clube brasileiro insistir, pode colocar em risco a venda de Pedrinho.
A diretoria de Andrés não lida com amadores.
Os dirigentes do Benfica são ótimos negociantes.
A situação é constrangedora para o jogador.
Mas ele não pode fazer nada.
No dia 30 de junho venceu seu contrato com o Corinthians.
E desde então, são duas semanas de tentativas de devolvê-lo.
Negadas pelos portugueses.
Yony está no meio de dois clubes devedores.
E querem econimizar abrindo mão do seu futebol…
R7