Ambulantes que trabalham em praias de Salvador iniciaram um protesto na manhã desta quarta-feira (16), no bairro de Itapuã. Os manifestantes querem a liberação das praias da capital baiana, para poderem trabalhar.
“Um filho seu pede alimento e você abre a boca para dizer que não tem, porque os R$ 270 não deu para comprar. Eu fui no mercado e não deu para comprar. Isso é vergonhoso para um pai e uma mãe de família. Eu pago R$ 500 de aluguel. Meu marido está doente, gasta R$ 500 de remédio, ele toma insulina, é caro”, contou a ambulante Ana.
“O que eu faço com R$ 270? Eu estou pedindo socorro a ACM, não estou aguentando mais essa vida, vão fazer 6 meses. À quem eu vou pedir socorro? Primeiramente ao meu Deus e segundo, aqui na terra, eu estou pedindo a ACM. Eu estou devendo aluguel, água e luz. E o alimento para minha filha e meus netos, como eu faço?”, completou.
Segundo os ambulantes, participaram do protesto barraqueiros que trabalham da praia de Jardim de Alah até a Praia do Flamengo. Ao todo, são cerca de 450 ambulantes cadastrados na Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), que trabalham nas praias da capital baiana.
“Estamos de braços cruzados tentando entender o que nosso prefeito quer fazer, porque não fomos enquadrados nem na primeira, nem na segunda, nem na terceira fase. No verão ainda nem ganhamos dinheiro porque veio a questão dos óleos nas praias. Até hoje procura saber quem foi que jogou esse óleo. Nós estamos aqui, dependemos da faixa de areia”, explicou o ambulante André.
De acordo com a prefeitura da cidade, a Semop solicitou uma reunião com representantes da categoria. O objetivo é discutir e construir em conjunto protocolos de ações que permitam o uso das praias em condições seguras e saudáveis neste período de pandemia da Covid-19.
A prefeitura informou ainda, que, desde março, foram distribuídas cerca de 14 mil cestas básicas para os ambulantes, além do benefício Salvador Por Todos, que assegura R$ 270 por mês para diversas categorias atingidas pela pandemia.
G1