O setor, representado pela Associação Brasileira de Empresas Importadoras e Fabricantes de veículos Automotores (Abeifa), acredita que a partir da segunda quinzena de junho as coisas devam começar a ser retomadas progressivamente no Brasil. Conversamos com João Oliveira, novo presidente da entidade (triênio 2020-2022), que procura enxergar de forma otimista o cenário nos próximos meses.
Expectativas
Questionado a respeito do cenário atual, de vendas baixas, João Oliveira acredita que isso já esteja com os dias contados. Para o executivo, a expectativa é de que a quarentena comece a terminar de forma progressiva a partir do mês que vem. “Acho que agora, a partir de junho, veremos uma retomada gradual das atividades”, explica.
“Os governos vão ser seletivos. Eles devem começar a liberar um pouco mais rápido, mas ainda devem segurar mais um pouquinho as áreas que têm maior dificuldade por mais uns 15 dias. Mas acho que, quando a gente entrar na segunda metade do mês, as coisas devem começar a voltar para uma normalidade em termos de autorização para funcionamento, sujeito a várias novas regras”, completa.
Oliveira aposta que a quarentena e as imposições de distanciamento social causadas pela pandemia mundial do novo coronavírus devam começar a mudar a partir de junho, mas também sabe que esses fatores causaram um impacto forte nos números de vendas (e produção) dos carros.
“A gente tem observado que os consumidores estão propensos a ‘começar de novo’ suas vidas, sobre algumas compras que já tinham sido decididas e postergadas [devido à quarentena]. No segmento premium, tivemos uma série de aumentos de preços, já que praticamente todas as marcas alteraram seus valores por causa da deterioração cambial. E, mesmo assim, vimos consumidores que tentaram comprar carros de estoque com valores antigos sem a atualização de preços”, revela.
Vontade de compra existe
Oliveira ressalta que o mercado premium deve cair devido à retração que o setor automotivo vai sofrer este ano. “O que vai atrapalhar é a questão da situação econômica, da recessão que vem pós-retomada. Isso leva a gente a imaginar que o segmento de importados deva ter uma retração por volta dos 30% esse ano na comparação com o tamanho de mercado do ano passado, o que significa uma queda bem expressiva”, lamenta.
Para a sequência dos próximos meses e anos, Oliveira crê que tudo deva se moldar ao formato de como o mercado iniciar a retomada. “Eu acho que o que depende das marcas é garantir a segurança do consumidor e também dos profissionais empregados pelas empresas, que os ambientes possam ser seguros e que as pessoas possam visitar os lugares sem a preocupação de se contaminar”, conta.
O executivo ressalta que as marcas estabeleceram protocolos sólidos nas operações para garantir a segurança dos consumidores e dos próprios funcionários.
“No mais, o que as marcas precisam fazer é se readequar a essa combinação de recessão e novos preços, justamente daí que estimamos essa retração de 30%. Mesmo assim, as marcas da Abeifa têm vários caminhos para trabalhar no segundo semestre, trazendo os principais conceitos e tecnologias de outros mercados para o Brasil”, conclui Oliveira.
R7