Moradores vizinhos ao depósito de fogos de artifício que explodiu, em Simões Filho, cidade da região metropolitana de Salvador, e deixou dois funcionários feridos, relataram na manhã desta terça-feira, em entrevista à TV Bahia , o susto que levaram diante da situação.
Nenhum morador ficou ferido, eles tiveram apenas danos materiais nas casas como quebra de vidros, objetos e telhados. A dona de casa Maria Durvalia, conta que sentiu o impacto da explosão, mas conseguiu correr para se proteger de estilhaços.
“Eu estava sozinha aqui [em casa] na hora daquela rajada e eu corri. Senti aquela pressão, senti o telhado subir, caindo os pedaços. Só deu tempo de fechar a porta. Eu disse: ‘Senhor tenha misericórdia. Deu aquela falta de ar. Depois minha neta veio me pegar”, disse Durvalina.
Outro morador também falou sobre o susto e disse que não conseguiu dormir por causa do choque causado pela situação.
“No momento a gente achou que era alguém testando alguma bomba. Mas na medida que a intensidade foi aumentando a gente viu que o depósito estava explodindo. Começou aos poucos. A gente [família] correu pelos fundos. Corremos lá para o fundo. Isso ficou em torno de uma hora. Passei a noite em casa, ninguém saiu nos arranjamos dormir é impossível, a gente fica no estado de choque.
que o espaço estava totalmente legalizado e explicou sobre a cratera que aparece nas imagens após a explosão.
Ricardo Ferreira conta que a cratera ocorre por causa do depósito, que é subterrâneo.
“Aquela cratera que se vê na televisão já é propício mesmo. Nós fizemos uma barricada. O depósito é subterrâneo e barricado, para conter esse tipo de explosão, para que não seja expansivo, e que ele contenha a estrutura do galpão, que é rústica. Quando você faz esse ‘barricamento’, você diminuí 50% o distanciamento [para atingir] outras residências”, explicou.
Ele ainda informou que o depósito tinha capacidade para 1.720 kg de fogos, mas no momento da explosão, havia cerca de 890 kg.
“Nós vínhamos de um ano pandêmico, um ano crítico de eventos, nós não tínhamos a quantidade de armazenamento devido a falta de matéria prima que é minha fonte de eventos. Nós começamos a receber o material na semana passada em função de políticos e preparando para os contratos de réveillon. Então deveríamos ter aí em torno de 890 kg”, disse.
Com a explosão, o fornecimento de energia elétrica e o abastecimento de água de cinco casas precisou ser interrompido, mas na manhã desta terça, os serviços já tinham sido normalizados.
Ainda na manhã desta terça-feira, havia fumaça. O Corpo de Bombeiros esteve no local e monitora a região.
“A pólvora já foi consumida no processo de explosão. Aqui são materiais combustíveis como madeira e papelão por siso a necessidade de fazer vistoria. Concluído o trabalho do Corpo de Bombeiros a gente pede que a perícia faça sua verificação para descobrir a causa”, explicou o comandante geral do Corpo de Bombeiros, o coronel Francisco Teles.
Após perícia realizada, o resultado deve sair em 30 dias. Apesar de nem ter sido feita a perícia, Ricardo, dono do galpão suspeita o que pode ter ocorrido.
“Só quem poderá apontar a causa disso é a perícia. Como temos tudo bem armazenado não temos histórico nenhum, nem na execução, nem armazenamento. Eu posso pressupor que uma pilha [de fogos] caiu provocou o acionamento de algum artefato, que demora cerca de 2 segundos, é muito rápido”, opinou.
Também na manhã desta terça, equipes das Secretarias de Assistência Social e Meio Ambiente voltaram ao local para seguir o monitoramento do caso.
Vizinhos
Apesar de nenhum morador ter tido ferimentos por causa da explosão, muitos ainda estavam assustados
Explosão
O caso ocorreu no bairro Cristo Rei, por volta de 14h de segunda-feira (9). Informações colhidas no local apontam que a fábrica fica na localidade conhecida como Covel, nas proximidades da BA-093.
Nas imagens divulgadas pela corporação dá para ver que o depósito deu lugar há uma grande cratera. Um dos moradores contou que a explosão foi muito forte.
“A gente viu a explosão, estávamos dentro de casa. Foi uma explosão muito forte. As pessoas pensaram até que era um avião e helicóptero”, disse um dos moradores.
O depósito funcionava há 12 anos no terreno. O proprietário contou que tinha autorização para funcionamento. A informação foi confirmada pela prefeitura da cidade.
“A fábrica é legalizada, o depósito é legalizado. Nós temos [autorização da Polícia Civil e do Exército]. Somos responsáveis pelos grandes eventos em Salvador, mas aconteceu. São os artefatos que fazem os show pirotécnicos. Ai não faz a fabricação, só armazenamento”, explicou Ricardo Ferreira, o proprietário.
O material que estava armazenado no local seria usado em campanhas eleitorais, nas comemorações dos candidatos vitoriosos e também na virada do ano de diversas cidades do estado.
Equipes do Corpo de Bombeiros, do Serviço de Atendimento de Urgência (Samu) e agentes da 22ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM / Simões Filho) atuaram no local.
De acordo com Jadson Almeida, tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, uma das vítimas teve ferimentos no ouvido.
“Um estava com um sangramento no ouvido e outro estava muito nervoso por causa da situação”, contou.
Segundo a Prefeitura de Simões Filho, as vítimas foram encaminhadas para o Hospital Municipal, uma com escoriações leves e outra com pico hipertensivo por causa do susto.
G1