O multimedalhista Daniel Dias estreou com vitória na Paralimpíada na noite de hoje (8). Com o tempo de 2:27.88, ele ganhou a medalha de ouro nos 200m livre masculino, a primeira da natação paralímpica brasileira. Com a vitória, Dias soma, agora, 16 medalhas em Jogos Paralímpicos. A prata ficou com o norte-americano Roy Perkins e o bronze com o britânico Andrew Mullen.
Desde o início da prova, o maior medalhista brasileiro em paralimpíadas não deu chances aos adversários e abriu larga vantagem. Mesmo nadando forte, no entanto, Daniel Dias não conseguiu superar o recorde mundial da categoria.
Daniel Dias tem 28 anos, e nasceu em Campinas (SP). Ele nasceu com má formação congênita dos membros superiores e da perna direita e descobriu o paradesporto ao assistir o nadador Clodoaldo Silva em uma das provas dos Jogos Paralímpicos de Atenas 2004.
Daniel já tem 15 medalhas em Jogos Paralímpicos: 10 de ouro, quatro de prata e uma de bronze. Só nos Jogos Paralímpicos de Londres (2012), ele levou seis medalhas de ouro. No ano passado, ganhou oito medalhas de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, além de sete medalhas de ouro e uma de prata no Mundial de Glasgow. Daniel já recebeu o troféu Laureus, considerado o “Oscar do Esporte”, por três vezes: em 2009, 2013 e 2016.
Pouco antes da prova de Daniel Dias, nos 100m borboleta masculino, Thomaz Matera ficou em sexto lugar pela classe S13, para deficientes visuais. Thomaz, que tem deficiência visual, teve retinose pigmentar e era praticante da natação convencional. Com a visão sendo afetada cada vez mais, buscou a modalidade adaptada.
Mais cedo, na prova dos 100m costas masculina, classe S6, o brasileiro Talisson Glock ficou em quarto lugar. A nadadora Maiara Regina Perreira Barreto disputou nos 100m livres feminino, na classe S3, e ficou em oitavo lugar.
A classificação funcional na natação é feita por meio de letras e números e quanto maior a deficiência do atleta, menor o número da classe. As classes de S1 a S10 são para nadadores com limitações físicas e motoras. Do S11 ao S13 é para classificar nadadores cegos e o número 14 representa nadadores com deficiência intelectual. As classes sempre começam com a letra S (da palavra inglês swimming, que significa natação). O atleta pode ter classificações diferentes para o nado peito (SB) e o medley (SM).
Prata
O Brasil ficou com medalha de prata dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, na final do revezamento misto 4x50metros livre na noite de hoje, no Estádio Aquático. Clodoaldo Silva abriu o revezamento para o Brasil, em seguida Joana Maria Silva entrou na água, depois foi a vez de Susana Ribeiro e Daniel Dias fechou o revezamento.
O ouro ficou com a China e o bronze com a Ucrânia. A equipe chinesa bateu o recorde mundial da prova, com o tempo de 2m18s03. O Brasil terminou com o tempo de 2m25s45 e a Ucrânia, com 2m30s66.
Na piscina, Clodoaldo Silva abriu vantagem para o Brasil e deixou Joana com boa margem para entregar a prova para Susana ainda em primeiro. A chinesa Huang Wenpan, porém, ultrapassou Susana antes da metade da piscina. A torcida brasileira não parava de fazer barulho.
Quando Daniel Dias caiu na água, o chinês Xu Qing já nadava a todo vapor, com extrema velocidade. Daniel Dias, no entanto, nadou em ritmo muito forte e garantiu com tranquilidade a prata para o Brasil. Festa brasileira no Estádio Aquático.
Judô
O Brasil conquistou a primeira medalha no judô paralímpico no Rio de Janeiro. A judoca Lúcia Araújo Teixeira ganhou a prata na disputa com a ucraniana Inna Cherniak, que ficou com o ouro na categoria até 57 quilos, nesta tarde, na Arena Carioca 3 do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca.
Competiram hoje (9) na primeira fase os judocas brasileiros Abner Nascimento de Oliveira, na categoria até 73 quilos, que perdeu para Mauricio Briceno, da Venezuela, Harley Damião Pereira Arruda, na categoria até 81 quilos, que perdeu para José Effron, da Argentina.
Maior campeão paralímpico, o brasileiro Antônio Tenório, compete na primeira fase amanhã (10) de manhã contra o alemão Oliver Upman, na categoria até 100 quilos. Responsável pela primeira medalha de ouro brasileira, em Atlanta, Estados Unidos, nos Jogos de 1996, Tenório tem quatro medalhas de ouro e uma de bronze. Também amanhã às 10h10, o judoca Wilians Silva de Araujo enfrenta o iraquiano Garrah Albdoor nas quartas de final, na categoria acima de 100 quilos.
No judô feminino até 70 quilos, Alana Maldonado Martins compete nas quartas de finais com a britânica Natalie Greenhough. Na categoria acima de 70 quilos, Deanne Silva de Almeida disputa as quartas de final com a norte-americana Sarah Chung.
Os atletas brasileiros participam em 12 categorias do judô e a expectativa da seleção é que possam conquistar de duas a três medalhas. No total, o judô já rendeu ao Brasil 18 medalhas na história dos Jogos, sendo quatro de ouro (todos conquistados por Antônio Tenório), cinco de prata e nove de bronze. Na Olimpíada de Londres, em 2012, o judô conquistou uma medalha de prata e três de bronze.
O judô passou a ser disputado nos Jogos Paralímpicos de Seul, em 1996. As mulheres só passaram a competir nas Paralimpíadas nessa modalidade nos Jogos de Atenas, em 2004.
Judô paralímpico
No judô paralímpico, há três categorias – B1 (cego total), B2 (percepção de vultos) e B3 (com definição de imagens) – cada uma com diferentes graus de acuidade visual – e as três disputam entre si em suas respectivas categorias de peso. Em função disso, o judô paralímpico já começa na posição da pegada, Kumikata, para que os que têm menor grau de visão não sejam prejudicados.