Os pequenos gastos do dia a dia, que parecem ser inofensivos no momento, podem ter um impacto considerável no orçamento no final do mês.
Para avaliar esse impacto é necessário que cada um anote, diariamente, todos os seus gastos, orienta Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em gestão financeira da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
A regra vale para tudo: desde pequenas gorjetas, lanches rápidos, doces e salgados consumidos entre refeições, a deslocamentos desnecessários e atividades de lazer, destaca o economista.
Teixeira cita um exemplo:
“Tomando-se, por exemplo, uma economia de R$ 5 por dia durante um ano, chega-se a um valor economizado de R$ 1.825. Se numa família de cinco pessoas cada um economizar R$ 2 por dia, ao final do ano o grupo terá R$3.650”.
Neste período de pandemia da covid-19, em que o controle financeiro é ainda mais importantes, pequenas mudanças de hábito, tanto no trabalho presencial, quanto no home office, podem significar uma grande economia.
Os vilões do trabalho presencial
Para aqueles que trabalham presencialmente, as balinhas, o sorvete de sobremesa, um chocolate ou um cafezinho de todo dia podem ter reflexos no fechamento das contas.
“Sem dúvida, evitar/cortar as despesas com pequenos lanches pode significar uma economia surpreendente ao final de um período de um ano, por exemplo. Além da vantagem de ter reduzido a ingestão calórica de produtos que geralmente têm baixo valor nutricional”, afirma Teixeira.
Por outro lado, é preciso encontrar um equilíbrio, analisa Ivan Sanches, educador financeiro.
“Um sorvete ou um cafezinho pode ser um momento prazeroso, logo talvez não haja necessidade de cortar, talvez apenas diminuir a frequência”.
Principais vilões nesse cenário
Além de lanches desnecessários, o uso constante de transporte público para pequenas distâncias também são gastos que passam despercebidos na correria diária.
Apesar de não estar tão suscetível aos desejos dos comércios e restaurantes de rua, o serviço remoto também possui seus vilões.
A mudança repentina de rotina pode levar as pessoas a gastos que não estavam nos planos, segundo especialistas.
“Refeições compradas fora de casa, compras não planejadas nos supermercados e farmácias, gastos com utensílios domésticos – mesmo os baratos, mas desnecessários – e outras ‘recompensas’ que as pessoas se dão como justificativa para a mudança na rotina diária podem custar muito no fim do mês”, diz Teixeira.