O Palácio do Planalto e a base aliada dão como certa a apresentação de um relatório pela aceitação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O voto do relator Sergio Zveiter (PMDB-RJ) será lido nesta segunda-feira (10) à tarde no colegiado. São necessários 34 votos para a aprovação do parecer – o colegiado é composto por 66 deputados.
Com a formação desse cenário, Temer, que antecipou em um dia a volta do G-20, se reuniu com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), no Palácio do Jaburu, para discutir a crise política. Ele ainda traçou estratégias com ministros e líderes governistas em encontro no Palácio da Alvorada.
Temer demonstrou preocupação e pediu empenho da base para que a CCJ rejeite a admissibilidade da denúncia por corrupção passiva feita pelo procurador-geral, Rodrigo Janot, com base nas delações do Grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Embora a denúncia tenha de ir a plenário independentemente do posicionamento da CCJ, a vitória no colegiado tem peso político. O plano é investir na articulação da base para assegurar tanto na CCJ quanto no plenário os votos contrários à denúncia. A base governista vai tentar rever um acordo para reduzir o tempo e o número de falas na comissão. Isso porque, pelo rito definido, os 66 titulares, mais os 66 suplentes e outros 40 parlamentares têm direito a falar. Com isso, o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), estima que a fase dos debates se estenda por três dias e pode ser encerrada só na segunda (17).
Caso não seja possível reduzir a quantidade de falas, o governo deve romper o acordo e apresentar requerimento de encerramento de discussão, que abrevia a parte dos debates, na quarta (12) ou quinta-feira (13) para que a votação na CCJ seja na sexta-feira (14).