A Polícia Civil concluiu o inquérito do caso da agressão ao cabelereiro Rauan Pereira dos Santos, de 29 anos, em Salvador. Nesta terça-feira (3), a vítima completa 14 dias em coma e segue internada em estado grave no Hospital Geral do Estado (HGE).
Rauan foi agredido com facadas e pedradas na madrugada do dia 20, dentro da casa onde mora, no bairro Vila Ruy Barbosa. Ele respira com ajuda de aparelhos e o estado de saúde acabou sendo agravado por uma pneumonia, de acordo com familiares.
No inquérito, a polícia indiciou por tentativa de latrocínio o homem que foi preso e confessou ter cometido o crime. latrocínio é quando um suspeito tenta matar alguém para roubar os pertences dela. A polícia não deu detalhes sobre a situação do adolescente que também foi apreendido como suspeito.
O inquérito foi fechado na quinta-feira (29) e encaminhado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA). O homem teve prisão preventiva decretada no dia 26 e está detido. Já o adolescente, foi encaminhado para o MP-BA, mas o andamento da situação não foi divulgado por se tratar de um menor de idade.
Caso
Rauan foi atacado com facas e golpes de pedras na madrugada de 20 de outubro. Ele teve todos os ossos da face quebrados, além de pulmões perfurados. Os suspeitos, no entanto, alegaram que agrediram Rauan porque ele não teria pagado o dinheiro de um programa, feito pelos dois.
A família nega que a vítima tenha feito programa com o homem e o adolescente, e afirma que o crime foi cometido por homofobia. A irmã da vítima ainda disse que tentaram tirar a vida de Rauan por ele ser homossexual.
A moto da vítima e alguns materiais roubados do salão de beleza foram recuperados. A polícia procura ainda um celular, que também foi roubado pelos suspeitos, e disse que a pessoa que está com o aparelho pode ser presa.
Os vizinhos de Rauan contaram que ouviram muitos gritos durante o ocorrido. Segundo a vizinhança, não foi a primeira vez que os dois suspeitos estiveram no local.
Antes de se tornar cabeleireiro, Rauan já foi modelo fotográfico, posou em revistas e participou de comerciais.
A família disse que ele sempre teve talento pra cuidar de cabelo, maquiagem, trabalhou em salão de beleza, mas ficou desempregado durante a pandemia da Covid-19 e estava decidido a ir morar em Portugal.
Os planos e preparativos para a viagem, que envolviam uma estadia em São Paulo, foram interrompidos pelo crime brutal. A família do cabeleireiro fez uma campanha nas redes sociais, onde divulga o caso, em busca de justiça.
G1