“São muitos e exigentes os problemas que teremos que enfrentar os desafios que temos que superar e as oportunidades que precisamos criar”, afirmou o chefe de governo, que também trocou o porta-voz, além dos titulares da Secretaria Geral da Presidência e da pasta de Desenvolvimento Social.
Esta é a quinta reforma ministerial realizada desde que Piñera iniciou o segundo mandato consecutivo, em março de 2018, e a quarta desde o início da pandemia da covid-19 no Chile, quatro meses e meio atrás.
As mudanças buscam aliviar as tensões na coalizão governamental Chile Vamos, integradas por quatro partidos de centro-direita e direita, que rachou durante a votação no Congresso sobre o projeto de lei que permite o saque antecipado de até 10% dos fundos privados de pensão, para combater a crise econômica.
“Convoco esse novo gabinete e todo o Chile Vamos a começar uma nova etapa, com um novo espírito construtivo, com convicção e unidade”, afirmou Piñera.
A principal mudança anunciada hoje foi no Ministério do Interior, em que sai Gonzalo Blumel e entra o senador Víctor Pérez, que foi prefeito da cidade de Los Angeles durante a ditadura de Augusto Pinochet.
Nas Relações Exteriores, Teodoro Rivera foi substituído por Andrés Allamand, do partido Renovación Nacional (RN), que foi fundado por Piñera; enquanto na Defesa, sai Alberto Espina e entra Mario Desbordes, presidente da RN.
A porta-voz do governo até hoje, Karla Rubilar assumirá o Ministério do Desenvolvimento Social, em substituição a Cristián Monckeberg, que passou para a Secretaria Geral da Presidência, se encarregando das relações com o Parlamento.
O novo porta-voz do governo será o ex-deputado Jaime Bellollio.
A remodelação ocorre à medida que o presidente de centro-direita enfrenta seu mais duro ano no cargo até agora, com grandes protestos sociais de outubro a dezembro e uma combinação de crise econômica e social com o surto do coronavírus, que começou em março.
Na semana passada, parlamentares da coalizão Chile Vamos apoiaram um projeto da oposição que permite aos cidadãos retirarem 10% de suas aposentadorias do sistema de previdência privada do país — algo a que o governo se opôs firmemente.
O ministro do Interior, Gonzalo Blumel, aceitou a demissão por não ter conseguido impedir a rebelião dos parlamentares da base e foi substituído pelo senador Víctor Perez, do partido de extrema-direita UDI. Perez se tornou o terceiro ministro do Interior em nove meses.
O bilionário Piñera está a 20 meses do final de seu segundo mandato não consecutivo. Em outubro do ano passado, a resposta pesada das forças de segurança aos maiores protestos no Chile desde o final da ditadura de Augusto Pinochet em 1990 viu seu índice de aprovação cair para 6%. Desde então, subiu para 15%, mas foi detido por alguns erros no enfrentamento à pandemia de coronavírus
R7