A produtividade do trabalho na indústria se recuperou dos efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia e cresceu 8% no terceiro trimestre de 2020, após duas quedas consecutivas que acumularam perdas de 6,7%.
A pesquisa ainda aponta que o resultado deste trimestre é o maior patamar da série histórica, iniciada em 2000, sendo ligeiramente superior ao registrado no quarto trimestre, pico anterior da série.
Os dados constam do estudo Produtividade na Indústria, divulgado nesta terça-feira (1) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria. A produtividade é o volume produzido pela indústria da transformação dividido pela quantidade de horas trabalhadas.
Para Samantha Cunha, economista da CNI, os resultados deste ano refletem a situação do Brasil em 2020, de queda acentuada no início do ano por conta da pandemia, e da recuperação aos poucos dos setores da economia.
“O crescimento acelerado da produtividade no terceiro trimestre e a queda acentuada no primeiro semestre do ano são movimentos conjunturais. Eles refletem mudanças na intensidade do esforço do trabalhador e no ritmo de produção que é estabelecido pelas empresas e não mudanças de mais longo prazo, como uma maior qualificação do trabalhador”, explica Samantha.
O levantamento ainda revela que o volume produzido de julho a setembro cresceu 25,8% na comparação com o período entre abril e junto, enquanto que as horas trabalhadas na produção industrial tiveram alta de 16,4% no mesmo período.
“A indústria se recuperou de forma rápida e intensa a partir de maio, passado o momento mais agudo da crise. Ao longo do trimestre, as fábricas operaram em níveis de ocupação da capacidade instalada crescentes para recompor estoques e atender à rápida recuperação da demanda”, pontua o estudo.
No entanto, apesar do bom crescimento registrado na pesquisa, a expectativa da CNI é de que a produtividade do trabalho na indústria encerre 2020 com crescimento abaixo.
Segundo a pesquisa, mesmo que o ritmo de alta seja mantido no último trimestre, o indicador fechará o ano com aumento abaixo do patamar de 1%. Entre 2017 e 2019, o indicador acumulou alta de apenas 1,5%. Ou seja, pelo terceiro ano consecutivo o crescimento da produtividade deve ficar abaixo.
R7