Nesta semana. a cantora Ludmilla contou que fechou um parque de diversões para se divertir com sua família. Criar uma “bolha” como essa é um privilégio que está ao alcance de uma minoria. Entretanto, após meses de afastamento a fim de evitar a disseminação do coronavírus e diante das medidas de flexibilização, muitos se perguntam se é possível voltar a se reunir com os familiares com segurança. A resposta depende de inúmeros fatores, e principalmente do respeito às medidas de prevenção.
O risco de contágio nunca é nulo, mesmo estando somente com a família, mas as chances de que isso aconteça diminuem se as recomendações dadas por especialistas desde o início da pandemia forem seguidas, afirma a infectologista Ingrid Cotta, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
“É possível frequentar eventos com segurança, desde que sejam essenciais e que sejam aplicadas todas as medidas preventivas, como usar máscara, lavar as mãos e manter a distância mínima de um metro entre as pessoas”, frisa.
Em agosto, uma reunião familiar nos Estados Unidos resultou em 14 pessoas infectadas. Durante o encontro, ninguém usou máscara e nem manteve o distanciamento social.
Após o evento, esses indivíduos estavam assintomáticos e continuaram a circular. Essa situação fez com que outras 41 pessoas fossem contagiadas pelo vírus que causa a covid-19.
Cotta pondera que, além do cumprimento das ações preventivas, é preciso analisar outras informações que não foram dadas por Ludmilla para saber se a cantora e sua família realmente estavam protegidas.
“Está faltando saber se o parque é aberto ou fechado, quantos familiares estavam presentes, se fizeram testes antes desse encontro”, exemplifica. A especialista enfatiza que aglomerações não estão permitidas, mesmo que seja ao ar livre, porque apesar de o risco de contágio ser menor, porque ainda não há “controle da infecção na comunidade”.
A especialista explica que o risco de transmissão do coronavírus diminui em locais abertos porque os aerossóis – pequenas partículas líquidas contaminadas com o vírus que ficam suspensas no ar ao serem expelidas quando alguém respira, fala, tosse ou espirra – são carregadas pela ventilação do ambiente.
Já em locais totalmente fechados, isso não acontece. Por isso a máscara, que é indispensável em qualquer hipótese, se torna ainda mais essencial. “É uma barreira que protege o outro dessas gotículas”, define. “Mas se o ar estiver contaminado, pode ter contágio”, acrescenta.
A orientação de Cotta para deliberar sobre o comparecimento a qualquer tipo de encontro é analisar se será possível evitar aglomerações, se o local é bem higienizado e cumprir as demais medidas de proteção individual contra o coronavírus.
R7