É possível identificar na saliva uma forma de diagnosticar a gravidade e predisposição ao câncer de boca. A descoberta foi feita por pesquisadores de Campinas e Piracicaba. O estudo foi realizado em parceria pela Unicamp, Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) e Instituto do Câncer de São Paulo e aponta que 90% das amostras de pacientes testados apontaram existência de proteínas que indicam também a possibilidade de surgimento do câncer. Nos estudos 38 proteínas foram encontradas na saliva de pessoas com câncer e lesão ativa, assim como diferenças na expressão de quatro proteínas localizadas nas vesículas extracelulares da saliva de pacientes. Uma proteína específica chamada PPIA apontou uma relação entre um pior prognóstico da doença quando encontrada na saliva em baixa concentração, mesmo nos pacientes que chagaram a remover as lesões ativas através de cirurgia. A pesquisa foi publicada na Revista Scientific Reports, do grupo Nature e rendeu o 7º Prêmio Octavio Frias de Oliveira, na categoria pesquisa oncológica, para à coordenadora do estudo Adriana Franco Paes Leme, do LNBio. Os pesquisadores identificaram diferenças significativas nas proteínas da saliva de pessoas saudáveis e de pacientes com câncer de boca, com ou sem lesões aparentes. O estudo selecionou um painel de proteínas capaz de distinguir os grupos. “As proteínas selecionadas refletem alterações em mecanismos celulares que podem ajudar a elucidar o surgimento e a progressão do carcinoma”, comentou a coordenadora do estudo em entrevista ao portal G1. A descoberta possibilita a criação de novos tratamentos do carcinoma oral, conhecido popularmente como câncer bucal, que em 20% das ocorrências, evoluiu para morte em até cinco anos após diagnóstico.
Bahia Notícias