Vereador de segundo mandato, Luiz Carlos (PRB) tem se destacado com ações e projetos voltados para a Juventude. Em 2012, obteve 13.505 votos. Em 2016, alcançou 16.530. Ele é o autor do projeto Participatório Municipal da Juventude que visa estimular a participação dos jovens nos debates públicos. Nessa entrevista para o Diga, Bahia!, ele fala também sobre seu trabalho como secretário de Comunicação da Câmara de Vereadores de Salvador.
Diga, Bahia! – Vereador, fale um pouco desse projeto “Participatório Municipal”, qual seu objetivo?
Vereador Luiz Carlos – Minha plataforma de trabalho é a juventude. Entendo que é a parte mais vulnerável da sociedade, porque tem muita energia e pouca experiência, expectativa e poucas oportunidades, e o meu trabalho tem sido na perspectiva de gerar políticas públicas para a juventude. Nesse sentido, é preciso ouvir esse segmento. O Participatório da Juventude vem nesse sentido. Existe o Conselho Municipal da Juventude, mas com pouca efetividade. No Participatório, vamos fazer com que as 10 prefeituras bairro reúnam, pelo menos trimestralmente, jovens de escolas públicas para ouvir suas demandas e das suas comunidades. Queremos saber o que pensa aquele jovem, quais são suas expectativas; seus sonhos, com relação ao seu bairro, município e carreiras profissionais. … O resultado vai gerar oportunidade para os legisladores trabalharem políticas públicas para atender essas demandas e trazer para a casa novos projetos. O projeto será coordenado pelo Conselho Municipal da Juventude e a estrutura será formada por cinco alunos de escolas públicas de cada prefeitura bairro. 40 jovens envolvidos ao todo.
DB – A juventude hoje se mostra diferente de tempos atrás. Não vemos os jovens com grande participação política, há uma necessidade clara. É o futuro deles em jogo. Como observa o momento político hoje para os jovens?
LC – Tenho procurado esse link na história. O gigante está adormecido. Os jovens foram imprescindíveis em movimentos como Diretas Já, Revolta do Buzu, Caras-pintadas, MBL. Os movimentos crescem, têm um pico e depois caem, se dissolvem. O MBL perdeu força. Foi um dos recentes com duração maior, mas é só partidarizar que perde força. Mais recente tem o “incomode”, com participação de grupos de esquerda, movimentos em que usam a força da juventude, mas de fato não pensam no futuro da juventude, apenas uso da massa como ferramenta de força, poder e energia para alcançar objetivos políticos. Depois os jovens são abandonados. Se juventude se interessar mais pela política fora dos movimentos factuais, com um acompanhamento mais elaborado, no futuro teremos grandes políticos, preparados para o debate.
DB – Então, a proposta é dar participação aos jovens e também prepará-los para defender seus direitos…?
LC – Sim. Nessa perspectiva aprovamos o Participatório e alteramos dispositivo da lei do Estatuto da Juventude que falava das Conferências Municipais, mas que não trazia obrigatoriedade do municipio de realizá-las. Apresentamos também o projeto Câmara nas Escolas. Vamos levar conhecimento às escolas e mostrar o funcionamento do Poder Executivo, Legislativo e do Judiciário. Vamos mostrar a importância dessas Casas e qual o papel de cada uma. Muitas pessoas adultas desconhecem as atribuições de cada uma dassas casas.
DB – Então, é justamente esse adulto de hoje que não teve a formação, o acesso ao conhecimento…
LC – Existem questões históricas. A Câmara de Vereadores foi o primeiro poder instituído em Salvador. Era formada por pessoas de destaque na sociedade. Elas prendiam, soltavam, eram órgão regulador de preços e serviços, isso em 1824. Culturalmente, as pessoas ainda nos procuram para asfaltar rua, colocar iluminação, coisas que não são função do vereador.
DB – É devido a essa maior proximidade do cidadão com o vereador…
LC – O problema é atribuir ao vereador como representante legal essas funções. Somos procurados no sentido da responsabilidade. Há cidadãos que nos procuram até para tirar pessoas da prisão, liberar carros. As pessoas não conhecem seus direitos e deveres. O grande desafio da política moderna é fazer com que população saiba seus direitos e deveres, e comecem a participar. As pessoas não sabem em quem votou e qual o papel do vereador.
DB – A Câmara tem hoje uma Secretaria de Comuniciaçção que promove eventos de aproximadação com a imprensa e o público formador de opinião. Qual a ideia dessa secretaria?
LC – A Câmara tem Radio, TV, portal e assessoria. Tem a gestão de cada bloco de comunicação, mas precisava criar um órgão que assumisse o papel institucional da comunicação. É um esforço de aproximação com os veículos de comunicação, tornar comunicação mais leve e rápida, fazer com que o cidadão se sinta parte da casa, confie nela, fiscalize, participe. A sociedade tem ideia errada do meio político. As pessoas generalizam muito e o objetivo é separar joio do trigo e reforçar o sentido de cidadania.