Aumenta a cada dia o número de financeiras especializadas em empréstimos consignados. Um negócio altamente rentável para uns e um risco imenso para funcionários públicos, aposentados e pensionistas. As financeiras anunciam os benefícios e a facilidade de acesso ao crédito faz com que muitas pessoas sequer pesquisem se essa é mesmo a melhor forma de pagar dívidas ou investir em aquisições.
O maior problema é o endividamento que muitas vezes vira uma bola de neve, comprometendo finanças de pessoas que trabalharam a vida toda para ter direito a uma aposentadoria.
As grandes vítimas dessas financeiras são principalmente os idosos, que muitas vezes, embora a taxa máxima de endividamento seja de 35%, acabam acessando outros formatos, artimanhas das financeiras que possibilitam comprometer em mais de 50% os rendimentos mensais, gerando dificuldades para sobrevivência dos mesmos.
Os riscos se estendem ainda a vendas casadas com outros produtos, ofertas de seguros e outras “vantagens”. Muitos se deixam seduzir por facilidades como dividir em até 96 prestações, ou seja oito anos.
O negócio é tão bom para as financeiras que em 2019, foram 138 bilhões em operações de crédito através dos consignados, alcançando 35 milhões de beneficiários, desses, 23 milhões recebem um salário mínimo.
Acho imensamente necessário que essas empresas sejam fiscalizadas, inclusive com regras rígidas com relação ao seu funcionamento. O Ministério Público podia acompanhar mais de perto o setor para evitar que o tão sonhado benefício se transforme em um pesadelo.
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Waldemar Oliveira é coordenador executivo licenciado do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente