Jornal de Brasília
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Foto: Reprodução/Instagram
O desfecho do caso foi o pior possível, mas que já não tem causado surpresa em ninguém: um homem interrompeu a vida, os planos e os sonhos de uma mulher. Não só de uma mulher, mas de toda uma família. Isso foi notícia por 17 vezes em 2019 no Distrito Federal.
Letícia era casada com Kaio Fonseca, de 25 anos. Advogada, ela fazia pós-graduação em Ordem Jurídica no Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), visando ingressar na promotoria pública. Evangélica, a moça vivia demonstrando amor à sua família.
Em nota, a instituição se comunicou sobre o caso. “A Fundação e toda a nossa comunidade acadêmica se unem em oração aos familiares e amigos de Letícia Sousa Curado. Nossos corações estão em luto com a confirmação da morte de nossa querida aluna. Lembraremos dela como uma mulher determinada, estudante dedicada, colega presente. Uma jovem repleta de força de vontade e que tinha toda a vida pela frente, mas que infelizmente foi ceifada por conta da violência”, conta a nota. As aulas da última segunda-feira (26), dia em que o corpo de Letícia foi encontrado, foram suspensas.
Serial KillerLetícia foi morta por Marinésio dos Santos Olinto, de 41 anos. Inicialmente, a informação que se tinha sobre Marinésio era que ele é casado, tem uma filha de 16 anos e não tinha antecedentes criminais. Porém, a ideia de que se tratava de um homem trabalhador e inocente logo caiu.
Inicialmente, Marinésio disse à polícia que não havia matado Letícia. Perguntado sobre os objetos da vítima no carro dele, ele disse que havia comprado, o que não faz algum sentido. Depois, decidiu confessar. Afirmou que matou a advogada porque ela — uma mulher casada — recusou uma investida sexual dele.
No dia do crime, o suspeito passou pela parada onde Letícia estava, a viu sozinha e retornou. Fingiu fazer transporte clandestino para o Plano Piloto e ofereceu carona à moça. Ela, com pressa para chegar ao trabalho, onde atuava como funcionária terceirizada do Ministério da Educação (MEC), aceitou. Ele, então, se aproveitou para tentar abusar dela sexualmente. Após encontrar resistência da vítima, Marinésio a enforcou até a morte.
Outros casosComo dito anteriormente, o caso choca, mas não surpreende. Letícia Sousa Curado representa o 17º feminicídio em oito meses no Distrito Federal. Mais uma mulher morta por um homem simplesmente por ser mulher.
Agora, o marido de Letícia, Kaio Fonseca, tentará seguir a vida. Tem a missão de cuidar do filho de três anos que, a partir de agora, tem a mãe apenas como uma figura.
Assim como a família de Letícia, outras tentam levar a rotina comum mesmo sentindo a falta de uma pessoa que foi vítima de feminicídio. É o que tem feito os familiares de Jacqueline dos Santos Pereira, Genir Pereira de Sousa (também morta por Marinésio), Joyce O. Azevedo, Patrícia Alice de Sousa, entre outras.
Vítimas de feminicídio em 2019Patrícia Alice de Sousa
04/01
23 anos
Vanilma dos Santos
05/01
30 anos
Diva Maria Maia da Silva
28/01
69 anos
Veigma Martins
30/01
56 anos
Cevilha Moreira dos Santos
11/03
45 anos
Maria dos Santos Gaudêncio
17/03
52 anos
Edileuza Gomes de Lima
29/03
68 anos
Isabella Borges
31/03
25 anos
Luana Bezerra da Silva
14/04
28 anos
Elaine Maria Sousa
21/04
49 anos
Jacqueline dos Santos Pereira
06/05
39 anos
Cacia Regina Pereira da Silva
09/05
47 anos
Maria de Jesus do Nascimento Lima
09/05
29 anos
Débora Tereza Correa
20/05
43 anos
Genir Pereira de Sousa
22/06
47 anos
Joyce O. Azevedo
22/07
21 anos
Letícia Sousa Curado
26/08
26 anos
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