O processo de feminização do mercado de trabalho brasileiro é uma realidade em todos os setores, sobretudo o empresarial. Estudo realizado pelo Serasa Experian (2015) revela que o Brasil possui cerca de 6 milhões de mulheres empreendedoras, ou seja, 43% dos donos de empresas do país são do sexo feminino. Contudo, a equiparidade com os homens em direitos e salários não avança na mesma proporção da participação feminina no setor. Por esta razão, o Conselho Nacional da Mulher Empresária (CNME) aposta no desenvolvimento do Programa de Empoderamento da Mulher de Negócios.
O objetivo principal da iniciativa é reduzir as desigualdades de gênero por meio de ações transversais que promovam responsabilidade social e valorização feminina. “Queremos estimular o desenvolvimento de competências técnicas para a condução de negócios e ampliar a participação das mulheres em posições de alta liderança empresarial, institucional e política”, explica Neiva Kieling, presidente do CNME, órgão ligado à Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).
Para isso, o Programa de Empoderamento investe em uma série de palestras, treinamentos e workshops técnicos e motivacionais por meio dos Conselhos Estaduais e Municipais de Mulheres Empresárias, presentes em 12 estados e 241 municípios, respectivamente. Na Bahia o núcleo estadual do Conselho da Mulher Empresária tem como presidente Rosemma Maulf, Marilene Fonseca como vice presidente e diversas diretoras que apoiam e são responsáveis pela implementação da ações. “Tudo é coordenado e organizado voluntariamente pelas integrantes, acreditamos no associativismo para fortalecer a classe empresarial feminina aqui na Bahia”, afirma Marilene Fonseca, vice presidente CME.
Para a presidente que também acredita no associativismo e na força feminina há muito trabalho a fazer. “Trabalhamos em alinhamento com Conselho Nacional da Mulher Empresária representando os interesses da classe empresarial feminina. O nosso desafio é o trabalhar para promover a igualdade de gênero e o fortalecimento da mulher em diversos setores: empresarial, social e político”, afirmou Rosemma Maulf.
Criado em abril de 2002 o Conselho Nacional da Mulher Empresária tem expandido sua capilaridade e colaborado para resultados significativos em âmbito nacional, tais como:
- O aumento de 4,5% para 12% do número de mulheres empresárias que ocupam cargos nas diretorias de Associações Empresariais, de 2007 a 2017, ou seja, um aumento de 276%;
- No mesmo período, o número de associações empresariais presididas por mulheres subiu em 61%; e o número de mulheres empresárias que ocupam cargos nas diretorias de Federações Empresariais aumentou em 51%;
- Nos últimos 10 anos, a criação de núcleos de mulheres empresárias no Brasil aumentou em 259%.
Desafios Apesar dos resultados positivos ainda são muitos os desafios. A ONU Mulheres divulgou o Mapa Mundial de Mulheres na política, um retrato de janeiro de 2017. Dos 193 países pesquisados no espaço do parlamento o Brasil encontra-se na 154a posição. Na Câmara dos Deputados, mulheres são 55 das 514 cadeiras, o que corresponde a 10,7% do total de deputados, no senado 12 das 81 cadeiras, o equivalente a 14,8%. “Estamos apostando no Programa de Empoderamento da Mulher de Negócios para mudar as estatísticas de maneira efetiva, com a ampliação da participação feminina em todos os setores”, finaliza Kieling a presidente do CNME.
Bahia Notícias