O Centro Cultural da Romaria, em Congonhas, foi entregue nesta segunda-feira (23.11) à população mineira. Construído em 1932, o prédio foi restaurado a partir de um investimento de R$ 6 milhões do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), vinculado ao Ministério do Turismo (MTur). Os investimentos na cidade, ao todo, somam R$ 19 milhões, incluindo, ainda, a construção do Teatro Municipal (R$ 7 milhões) e as obras do Parque da Romaria (R$ 6 milhões).
“O Governo Federal, mesmo em meio aos impactos da pandemia de Covid-19, manteve a agenda de investimentos no país, entendendo a essencialidade de se aprimorar as condições de infraestrutura, incluindo os nossos destinos turísticos”, destacou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
As obras consistiram na restauração do Centro Cultural da Romaria e na construção do Teatro Municipal, integrados ao Parque Ecológico da Romaria. Foram realizados, ainda, o calçamento de pisos e arquitetada a infraestrutura elétrica, hidráulica, de áudio e de vídeo.
A presidente do Iphan, Larissa Peixoto, afirmou que a iniciativa reforça o papel do instituto na preservação e na garantia da história e do patrimônio cultural do Brasil. “Garantimos a memória da nossa história e do patrimônio daquilo que temos de mais rico no país. É uma forma de devolver à população parte da sua história”, ressaltou.
Uma das cidades mais religiosas do país, Congonhas é conhecida como a “Cidade dos Profetas”. Anualmente, atrai milhares de pessoas em peregrinações religiosas e amantes da arte barroca, visto que a cidade tem a assinatura do escultor e arquiteto Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Construído em 1932, em forma circular, o Prédio da Romaria está localizado na Alameda Cidade de Matozinhos de Portugal, inserido no Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Congonhas e tombado pelo Iphan em 1941. Até o início da década de 1960, o prédio era usado como pousada de romeiros e fiéis.
Vendido a um grupo empresarial, chegou a ser demolido, restando apenas os pórticos do antigo prédio – estruturas estas tombadas pelo Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA). Em 1995, novamente de posse da Prefeitura Municipal, teve o pórtico restaurado, com a reconstrução de algumas salas, além do Museu de Mineralogia e Arte Sacra e um restaurante.
Construído em 1932, o Centro Cultural da Romaria possui formato circular. Crédito: André Brasil/Iphan
PARQUE DA ROMARIA – Nem só de turismo religioso vive Congonhas. Também por meio do Iphan, o MTur vai investir outros R$ 6 milhões nas obras de construção do Parque da Romaria de Congonhas. A unidade, que deve ser entregue no primeiro semestre de 2022, situa-se entre os principais monumentos da cidade, como o Museu Congonhas e o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos – reconhecido como Patrimônio Cultural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O objetivo é aliar a conservação ambiental a atividades de lazer, culturais e turísticas, com a oferta de um borboleteio, orquidário e trilhas, entre outras atrações, interligando os espaços culturais existentes. A cidade, que tem uma população estimada de 55,3 mil habitantes, é cercada por belezas naturais e já conta com o Parque Ecológico da Cachoeira, banhado pela Cachoeira de Santo Antônio, e que oferece estrutura completa de lazer, com piscinas, quadras poliesportivas, área de churrasco, camping e lanchonete.
Congonhas é uma das mais de duas mil cidades brasileiras que integram o Mapa do Turismo Brasileiro, iniciativa do MTur que identifica os municípios com vocação turística ou impactados pelo setor de viagens, mapeando as necessidades de investimento e facilitando a destinação de recursos federais para fomentar o setor.
HISTÓRIA DE CONGONHAS – Ícone da arte sacra e religiosa, a cidade foi erguida sob a égide de aventureiros em busca de ouro abundante na região. No século XVIII, Congonhas foi um importante centro de mineração e religioso, com a construção de igrejas no período – a primeira delas, Nossa Senhora do Rosário, ainda no início da formação do povoado.
Assim, quando as minas começaram a se esgotar, o turismo religioso se consolidou, abrigando romeiros de todos os cantos do país, ao mesmo tempo em que se fortaleceu a exploração de minério de ferro. Pertencente a Ouro Preto, só em 1938 Congonhas foi elevada ao status de município.
A cidade possui um dos mais importantes acervos arquitetônicos e artísticos da arte religiosa mineira. O Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, que abriga as estátuas dos 12 Profetas em pedra sabão, é considerada a obra-prima de Aleijadinho.
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