No lugar da chama olímpica, máscaras. No lugar das bandeiras dos países, álcool em gel. As delegações de atletas deram lugar as de enfermeiros e médicos na luta contra o novo coronavírus. O último 24 de julho, que marcaria a abertura da 32ª edição dos Jogos Olímpicos, foi triste também para o mundo esportivo. Tóquio 2020 foi adiada pela pandemia, mas renovou as esperanças com a promessa de vacina contra a covid-19.
Os Jogos Olímpicos, que voltariam à capital japonesa depois de 56 anos, tiveram que ser remarcados. Os sonhos e planos de torcedores e, claro, de quem briga por medalha foi adiado em um ano. Com as suspensão confirmada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) e pelo Comitê Organizador, com o apoio das autoridades do governo e mesmo da OMS (Organização Mundial da Saúde), as Olimpíadas agora estão previstas para de 23 de julho a 8 de agosto.
“A Olimpíada que teremos daqui a um ano não deve ser uma edição convencional, não será como algo que já vimos”, disse Toshiro Muto, CEO do Comitê Organizador, em meados de maio.
O COI, sob o comando do presidente Thomas Bach, até hoje evita condicionar a vacinação contra a covid aos Jogos Olímpicos. Ainda assim, é impensável um evento que contava com 11 mil atletas e comissões técnicas, 80 mil voluntários, 20 mil jornalistas e mais milhares de torcedores sem provocar o mínimo de aglomeração em aeroportos, nas redes de hospedagem e nas praças esportivas. Daí a preocupação e expectativa por um imunizante contra a doença que já matou 1,7 milhão de pessoas em todo o mundo.
“Estamos trabalhando para o sucesso de Tóquio 2020 em julho de 2021. Ter esses Jogos em um ambiente seguro para todos. A força tarefa está empenhando todos os seus esforços nisso para assegurar esse ambiente seguro”, disse Bach, em maio.
Custos do adiamento
Paralelo a isso, há ainda um limite para que os Jogos Olímpicos, de Verão, daí o problema, aconteçam. Por uma ‘gambiarra olímpica’, Tóquio 2020 acontecerá em 2021 (com o mesmo nome e logo, aliás), mas sem que avance até o inverno do Hemisfério Norte. O artigo 6 da Carta Olímpica, essa ainda dos tempos do Barão de Boubertin, diz que uma Olimpíada é um intervalo de quatro anos consecutivos e, por isso, não poderia ser marcado ao bel-prazer da organização.
Nem todas as decisões, no entanto, dependem de quem lida diretamente com os Jogos Olímpicos. A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, ainda trabalha para um acordo internacional que facilite a vida dos viajantes. Não seria viável, por exemplo, por logística e custos, exigir uma quarentena para quem entrar no país para assistir ou participar das competições.
Por falar em custos, o Comitê Organizador revelou no início do último mês que o novo coronavírus encareceu em pelo menos mais US$ 2,4 bilhões (R$ 13,68 bilhões na cotação atual). Diante de cifras bilionárias, a realização dos Jogos Olímpicos também leva em conta aspectos econômicos e financiadores desses custos.
R7