Pressionado pela explosão de internações pela covid-19 e frustrações na campanha de vacinação, o presidente da República, Jair Bolsonaro, vai trocar o comando do Ministério da Saúde. A cardiologista Ludhmila Hajjar é a mais forte candidata para substituir o general Eduardo Pazuello e se reuniu na tarde deste domingo, 14, com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, segundo a assessoria do Planalto. A conversa foi inconclusiva.
A informação sobre o convite à médica foi antecipada pela Coluna do Estadão. Um político que participa das negociações afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que Pazuello perdeu as condições de continuar no cargo.
Oficialmente, o governo vai alegar que ele está cansado e pediu para ser substituído. O nome da médica é considerado uma unanimidade tanto no meio político quanto no jurídico.
Ela costuma atender pacientes em hospitais de Brasília que recebem autoridades, o que a torna conhecida na capital do País. A definição sobre o nome depende agora exclusivamente de Bolsonaro e se ele vai se adaptar ao estilo da médica.
Em nota no fim da tarde deste domingo, Pazuello disse que segue ministro. “Não estou doente, não entreguei o meu cargo e o presidente não o pediu, mas o entregarei assim que o presidente solicitar. Sigo como ministro da Saúde no combate ao coronavírus e salvando mais vidas.”
A troca na Saúde, a terceira no governo Bolsonaro, foi um dos temas de reunião com militares feita na noite passada entre o presidente, o próprio Pazuello e os ministros Walter Braga Netto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Fernando Azevedo (Defesa), todos generais. Duas fontes da cúpula do governo confirmaram ao jornal O Estado de S. Paulo a saída de Pazuello.