Ainda há quem acredite que Cuidados Paliativos são uma modalidade de tratamento indicado apenas para pacientes em estado terminal. Contudo, conforme afirma a médica paliativista Silvia Seligmann, cuidados paliativos são indicados para quaisquer pacientes acometidos por enfermidades crônicas ou mal de saúde severo que potencialize o sofrimento. O meio social deste também importa e é contemplado nessa modalidade de tratamento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o termo, desenvolvido em 1990, define a prática que tem como principal objetivo promover a qualidade de vida do paciente com doenças severas ou crônicas e das pessoas que estão ao seu redor, através do alívio do sofrimento, avaliação cuidadosa do tratamento da dor, além de outros sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. Idealmente a abordagem utilizada nos cuidados paliativos é feita por uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos, farmacêuticos, terapeutas ocupacionais e assistentes espirituais, em atividades diretamente ligadas às necessidades biopsicossociais do paciente e família. Dra. Silvia Seligmann, é quem assina a coordenação médica da equipe de Cuidados Paliativos da Assiste Vida, empresa baiana de home care que é referência nesta abordagem, ressalta que ter uma equipe multidimensional é fundamental para o sucesso nos cuidados dos pacientes. “Ter um alinhamento na comunicação é imprescindível para que a gente faça uma assistência multidisciplinar e multidimensional, dessa forma, o grande diferencial de ter uma equipe de cuidados paliativos, composta por profissionais de diversas especialidades é ter esse olhar voltado especificamente para a necessidade do paciente”, explica. Saúde emocional é fundamental Durante o período de tratamento que envolvem os cuidados paliativos, os valores do paciente e da família são levados em consideração, atendendo as necessidades emocionais à medida que controla os sintomas e alivia a dor. Tatiana Maita, fisioterapeuta e líder da Comissão de Cuidados Paliativos da Assiste Vida, ressalta: “Não é porque o paciente apresenta um estado de saúde irreversível, que não precisa ter uma qualidade de vida enquanto o vivencia, muito pelo contrário, quando o paciente não pode ficar bom, ele precisa ficar bem”, explica. “Em uma situação hipotética, temos um jovem paciente que sofreu um acidente vascular cerebral, o conhecido AVC, ficou com restrições motoras e funcionais significativas e está com dificuldades de aceitar essa nova condição. Nesse caso, o primeiro passo da equipe de Cuidados Paliativos é acolher e validar o sentimento do rapaz, que é completamente válido. Muitas vezes, é mergulhando no contexto junto com o paciente que a equipe entende de onde podem vir os recursos para tratamento e alinhar-se conforme as suas necessidades de cada indivíduo”, conclui a fisioterapeuta. Cuidados paliativos no mundo Segundo dados apresentados pela Worldwide Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA), organização internacional não governamental que atua no desenvolvimento dos Cuidados Paliativos no mundo, estima-se que, anualmente, cerca de 57 milhões de pessoas precisam destes cuidados e, destes, 25 milhões estão no fim da vida, e ainda, 18 milhões de pessoas por ano morrem em dor e angústia desnecessárias, sem acesso a esse tipo de atendimento. De acordo com um levantamento realizado pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) em 2018, acerca dos serviços disponíveis no país, a demanda por atendimento de cuidado paliativo é muito superior à oferta disponível no Brasil. Apesar de ser fundamental para pacientes em todo o mundo, as práticas paliativas ainda precisam percorrer uma longa caminhada para serem implementadas no cotidiano da população. |
Sobre a Assiste Vida Atuante desde 2008, na Bahia, a Assiste Vida possui uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos e técnicos de enfermagem. A Assiste Vida oferece os serviços de internação domiciliar, assistência domiciliar e cuidados continuados, sempre focada no tratamento humanizado dos pacientes. O trabalho é desenvolvido de forma conjunta para oferecer qualidade, segurança e inovação nos serviços extra-hospitalares. |