O prefeito de Salvador, ACM Neto, anunciou na manhã desta terça-feira (9) a prorrogação por mais uma semana das medidas restritivas em Periperi, o que inclui a manutenção da interdição das ruas Carlos Gomes e Ambrósio Calmon, nos trechos entre a Rua das Pedrinhas e o mercado municipal, ficarão fechada. Desta forma, o bairro chegará a terceira semana com permissão de funcionamento exclusiva para estabelecimentos que prestam atividades essenciais, como farmácias e mercados, além da realização de testes rápidos para coronavírus.
O anúncio foi feito durante a entrega das obras de requalificação da Avenida Ulysses Guimarães, principal via de tráfego de Sussuarana. O prefeito aproveitou a presença no local para anunciar que o bairro também entra na lista de regiões com medidas restritivas, o que aumenta para nove o número de áreas com ações da prefeitura. Além de Periperi e Sussuarana, integram a lista Paripe, Beiru/Tancredo Neves, Fazenda Grande do Retiro, Pernambués, São Marcos, Itapuã e São Caetano.
“Aproveitei minha presença aqui em Sussuarana para conversar mais de perto com a comunidade. Quando vamos para o mapa de Salvador, o bairro de Sussuarana registra um total de 195 casos da covid-19, sendo 182 nos últimos 30 dias, e 126 apenas na última semana. Ontem eu anunciei a entrada em Itapuã e São Caetano. Aguardei a vinda aqui para comunicar que nós vamos ingressas com todas ações aqui no bairro. Então, Sussuarana passa a ser o novo bairro com a presença das ações mais protetivas por parte da prefeitura. Vamos trazer testes rápidos, medição de temperatura, distribuição de máscaras, cestas básicas para ambulantes e feirantes, higienização das ruas, enfrentamento ao Aedes Aegypti. Por outro lado, vamos determinar a suspensão das atividades econômicas por sete dias”, afirmou o prefeito.
As medidas restritivas em Sussuarana entram em vigor a partir de quinta-feira (11). Segundo o ACM Neto, com a ação no bairro, a prefeitura marca presença nas regiões que são os principais focos do coronavírus na capital baiana. O prefeito também não descartou revisitar algumas áreas.
“Quando a gente pega o mapa da cidade e examina os principais bairros afetados, com a inclusão de Sussuarana, e ontem com os anúncios de Itapuã e São Caetano, fechamos as principais regiões de Salvador com maior número de casos. Estou examinando a possibilidade da prefeitura revisitar algumas regiões da cidade que já passaram por medidas, que já concluímos, mas que voltaram a ter muitos casos novos. É possível que retomemos o trabalho em alguma região onde já foi concluído e onde o sinal amarelo voltou a acender. Vamos tomar essa decisão de hoje até as próximas 48 horas”, informou.
Uma das regiões que já receberam ações da prefeitura, mas segue com elevado número de caos é Brotas. Segundo o último boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, o bairro havia assumido a liderança entre as áreas com maior número de infectados com a doença.
Respiradores e atividade comercial
ACM Neto também anunciou a chegada de 60 respiradores, que serão utilizados para aumentar a oferta de leitos na capital baiana. Os equipamentos serão apresentados na quarta-feira (10), quando o prefeito irá detalhar para quais hospitais serão distribuídos.
A chegada dos equipamentos permite que a capital baiana tenha uma folga na taxa de ocupação de leitos da saúde pública e adie uma eventual saturação do sistema de saúde.
“Nossa taxa de ocupação de leitos está entre 73% e 75%. A rede particular bateu taxa de ocupação de 82%, a mais alta desde que começou a pandemia”, informou.
O prefeito também destacou que, enquanto os índices de taxa de ocupação permanecerem elevados, não haverá um decreto no medido de flexibilizar as atividades comerciais. Estabelecimentos como shoppings, teatros, cinemas e academias de ginástica estão impedidos de funcionar desde março. O decreto atual vence na próxima segunda-feira (15).
“Entendo a angústia, a expectativa pela retomada. Tenho mantido diálogo permanente com os empresários, mas não vamos permitir nenhum retorno irresponsável. Não posso liberar tudo com a taxa de ocupação na rede pública próxima a 75%. É preciso começar a existir redução da demanda. Infelizmente isso ainda não aconteceu. Não chegamos a um platô. Estamos vivendo o momento mais crítico. Queria lembrar que no dia 4 de maio, em coletiva, havia dito que no dia 20 de maio em diante viveríamos a fase mais crítica e se estenderia ao longo do mês de junho. Nossa expectativa é, com a virada de junho para julho, comecemos a viver o platô, a estabilidade, mesmo que a estabilidade em patamar elevado. Com a responsabilidade que tenho, com a consciência de ter tomado decisões difíceis, não vou jogar fora tudo o que conquistamos”.
“Vi ontem algumas fake news sobre a flexibilização. Queria dizer que ainda não há segurança para anunciar o retorno de shoppings. Sei que lojistas estão aflitos, mas não temos condições de permitir sem segurança. Sabemos do efeito econômico da cidade, a pressão tende a ser maior. Mas a minha decisão será tomada priorizando o cuidado e a vida das pessoas. Se eu abrir e tiver colapso no sistema de saúde, vou ter que fechar tudo. Não seria razoável”, encerrou o prefeito.
G1