Julianny Andrade Souza, 11 anos, está sendo alfabetizada na língua de sinais pelo sargento Wilton Rastele, que tem feito um trabalho de inclusão com todos os alunos.
Uma adolescente com deficiência auditiva vem mudando a rotina e filosofia do Colégio da Polícia Militar (CPM) de Alagoinhas. Julianny Andrade Souza, 11 anos é moradora de um distrito de Inhambupe, cursa a 6ª série, na instituição de ensino e é a primeira aluna da unidade com deficiência auditiva e vocal.
Julianny chegou ao CPM no 6º ano sem saber a sua linguagem de conversação e sem ter sido alfabetizada, disse o sargento da reserva Wilton Oliveira Rastele, pedagogo e especializado em libras ao lembrar que precisa também educar os colegas, para facilitar a inclusão da estudante na rotina escolar. “Não basta apenas que ela saiba os sinais, é necessário que todos aprendam”, ressaltou, garantindo que, no momento em que os alunos das quatro turmas do 6º ano conheçam esta nova linguagem, a interação acontece normalmente, tornando-se amigos e fazendo até trabalhos escolares juntos.
“Estou me esforçando para que ela consiga participar de todas atividades, como aulas teóricas e práticas esportivas. Julianny comanda a turma utilizando a linguagem de sinais e o resultado tem sido muito positivo”, disse um emocionado Rastele.
O diretor do CPM/Alagoinhas, tenente-coronel Elias Neves, explicou a situação de ter uma aluna com deficiência auditiva e vocal na unidade. “É nosso primeiro caso. Não havia estrutura para que ela pudesse acompanhar a turma, quando me lembrei do sargento Rastele e o convidei para ser coordenador na turma. Mantemos também uma estreita parceria com os pais de Julianny e toda a escola se mobilizou para que tudo desse certo”, enfatizou.
Ainda segundo o oficial o maior desafio tem sido alfabetizá-la. “Ela chegou aqui sem ter sido alfabetizada, então o desafio tem sido ainda maior. Mas se existe algo que a gente tem é boa vontade, vamos já conseguimos sonhar um futuro melhor para ela”, relatou.
Na sala de aula Julianny é querida pelos colegas. “Todos querem proteger ela. Eu já tenho 24 anos de profissão, essa é a minha primeira aluna especial, é uma experiência incrível, a gente está aprendendo juntas”, disse a professora de português Nádia Mendes Leão.