O analista de desempenho da Seleção Brasileira, Thomaz Koerich de Araújo, falou do trabalho feito na Rússia desde a estreia na Copa do Mundo de 2018. Em entrevista à rádio CBN, ele revelou as discussões para mudança no time comandado pelo técnico Tite, entre os jogos contra a Sérvia, pela primeira fase, e o México, pelas oitavas de final.
“Em uma das discussões teve um fato interessante. Levamos dois dias para tomar uma decisão, e a decisão foi tomada em campo, no treinamento. Isso foi na final da primeira fase e início do mata-mata. Ele (Tite) tomou a decisão. Chegamos à conclusão que teria que ser uma decisão do técnico. Depois de dois dias de reunião, ele tomou a decisão no campo, aí ele me chamou e falou assim: “Thomaz, me manda para aquele lugar”. Eu disse: “Não, professor, não dá”. Ele insistiu e falou: “Me manda, estou te pedindo”. Aí eu disse: “Professor, vai para aquele lugar””, relatou. “Ele fez aquilo, pois entendeu que a decisão que demorou dois dias entre técnico e comissão era para ele ter tomado antes. Todas as decisões ali são tomadas em conjunto. Essa foi uma das únicas vezes que precisou de uma posição dele. Não vou falar o nome (sobre quem era a dúvida)”, completou.
Thomaz comentou que a comissão técnica da Seleção tinha total confiança no atacante Gabriel Jesus. O camisa 9 do time Canarinho não marcou nenhum gol no Mundial da Rússia. No entanto, segundo o analista, o atleta fez muito pela equipe desde que Tite assumiu o comando.
“Sobre o Gabriel, a gente sempre acreditava e dava uma chance a mais pois era o nosso “homem-gol”, o nosso artilheiro e por tudo o que fez na Seleção desde a estreia”, afirmou.
Sobre a eliminação para a Bélgica, o analista de desempenho contou que as mudanças de posicionamentos do meio-campista Kevin De Bruyne e do atacante Romelu Lukaku pegou todos de surpresa. O meia belga atuou naquela partida como falso 9 e o centroavante jogou aberto no lado direito do ataque.
“Eles vieram com o Lukaku aberto do lado esquerdo, explorando o lado do Marcelo que é o lado que a gente mais ataca. O lado direito deles, o nosso lado esquerdo, explorando ali onde o Marcelo tem mais liberdade para participar das jogadas. Eu, se jogasse contra o Brasil, jogaria por ali também. A Bélgica teve bastante situações de contra-ataque, estava nos surpreendendo, foi uma vulnerabilidade que corrigimos no intervalo”, contou.
O Brasil perdeu por 2 a 1 para a Bélgica, no último dia 6 de julho, nas quartas de final da Copa do Mundo. Fernandinho marcou contra e De Bruyne anotou o segundo dos belgas, os dois ainda no primeiro tempo. Renato Augusto descontou para os brasileiros na etapa final.
Bahia Notícias