Durante as férias e no verão, muita gente pega a estrada e os principais destinos são aqueles que promovem contato com a natureza. Tanto no caminho, quanto já no local do lazer ou do descanso, é possível encontrar animais silvestres ou peçonhentos. Estes, geralmente, por se sentirem ameaçados, podem provocar acidentes. Professora do Curso de Medicina Veterinária da UNIFACS, que integra a Ânima Educação, Janis Cumming esclarece que, em geral, a maioria dos animais silvestres – aqueles que vivem na natureza e não têm contato com humanos – principalmente mamíferos e aves, ao perceber a presença humana, tende a fugir. Um dos acidentes que podem acontecer são mordeduras ou bicadas, caso alguém tente tocá-los ou contê-los. “Ao encontrar um animal silvestre, evite tocá-lo. Se esse encontro for durante o trajeto pela estrada, se for possível desviar do animal, o ideal é fazê-lo por trás dele, com os vidros fechados, verificando se não há outros veículos com os quais possa haver colisão, sempre visando a segurança. Além disso, atentar-se às placas de sinalização também contribui para ter noção do que pode encontrar na estrada”, orienta a especialista em animais silvestres. |
Intoxicação A veterinária alerta para o seguinte: o encontro com os animais peçonhentos, aqueles que produzem e podem injetar veneno, como escorpiões, aranhas, serpentes, abelhas, formigas e lacraias, apresenta maior risco aos humanos por conta das intoxicações em decorrência do envenenamento e seus agravos. Portanto, o cuidado deve ser redobrado. “É importante ficar em alerta e evitar locais que sirvam como possíveis abrigos para esses animais. Caso seja necessário entrar em locais de mata, observá-los antes de entrar e usar sapatos fechados e calça comprida. Não mexer em entulhos com as mãos e evitar subir em árvores que possuam colmeias”, adverte Janis. Ao encontrar com um animal silvestre, o ideal é evitar movimentos bruscos e, principalmente, tentar coletá-los, mexê-los ou agredi-los. Caso o animal esteja no ambiente natural, o ideal é sair do local, mas, caso o animal adentre algum domicílio ou área habitada, a orientação principal é notificar os órgãos ambientais responsáveis para que seja feita sua remoção segura. Dados do Ministério da Saúde coletados em 2022 registraram 432 casos de acidentes com animais peçonhentos na Bahia, a maioria por picada de escorpião (344), seguido de serpentes (33) – a maioria dos acidentes foi com a espécie jararaca (22), aranha (17), abelha (16) e lagarta (05). Em Salvador, foram 32 notificações, sendo elas por picada de escorpião (23), serpente (5), abelha (2) e aranha (1). Telefones úteis Em caso de acidentes com um desses animais, a recomendação é procurar uma Unidade de Saúde, imediatamente, para os primeiros cuidados. Outra medida é acionar um dos centros de proteção ao animal, como a Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA), que pode ser acionada por meio do telefone (71) 3116-9150. Há também o Disque-Urgência Toxicológica (24h) – 0800 284 4343 e o Centro de Informações Antiveneno (CIAVE), que atende no número (71) 3387-4343/3414. |