Depois de dizer que revelaria nomes de países que atuam como “receptadores” de madeira ilegal que sai do Brasil, o presidente Jair Bolsonaro recuou de suas declarações nesta quinta-feira, 19. Em vez de países, Bolsonaro disse que o governo tem, na realidade, “nomes de empresas” que comprariam produtos brasileiros de forma ilegal. Nem mesmo esses nomes, porém, foram citados.
“Nós temos aqui os nomes das empresas que importam isso e os países que elas pertencem. A gente não vai acusar o país A, B ou C de estar cometendo um crime. Mas empresas desses países, sim. Isso já está em processo. Isso vai se avolumar, no meu entender, ao ponto tal que se tornará não atrativo a importação de madeira ilegal”, disse Bolsonaro, durante a sua live.
Ao lado do ministro da Justiça, André Mendonça, e do superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, Bolsonaro chegou até mesmo a dizer que “países outros nos criticam, em algumas oportunidades, até com razão, mas em outras, não”.
“Quando nós conseguirmos chegar a bom termo essa questão, vai diminuir drasticamente o desmatamento no Brasil. Nós temos aqui o montante de madeira que é exportada por ano. E, só nesse contexto, já vê que não sai de área de manejo. Obviamente, tem também de reserva indígena em área de proteção ambiental. Esse é um grande sinalizador”, declarou o presidente.
Segundo o presidente, além da atuação da PF no combate ao crime na floresta, a Marinha do Brasil já foi contatada e apoiará as ações. “Toda ela (madeira) sai por via aquoviária. Não sai por estrada, sai por rios. Então dá pra gente fazer barreiras e conter o deslocamento dessa madeira. A que for legal, passa. A que não for, não passará mais.”
As declarações de Bolsonaro divergem daquelas que deu na terça-feira, 17, quando voltou a afirmar que revelaria “nos próximos dias” a lista dos países que compram madeira ilegal da Amazônia. Em discurso na cúpula do Brics, Bolsonaro afirmou que o País sofre com “injustificáveis ataques” em relação à região amazônica e ressaltou que algumas nações que criticam o Brasil também importam madeira brasileira ilegalmente da Amazônia.