Tratamentos avançados estão revolucionando o combate à doença
Estimativas divulgadas nesta terça (04/02) pelo INCA indicam que tumores de pele, pulmão, mama e próstata ainda figuram entre os mais incidentes no país; Terapias avançadas, baseadas no conceito de oncologia de precisão, são as grandes aliadas para qualidade de vida dos pacientes
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) divulgou, ontem (dia 4), novos dados sobre o mapa da doença no país: a expectativa é que 625 mil novos casos sejam diagnosticados neste ano, de acordo com o levantamento Estimativas Incidência de Câncer no Brasil 2020. A base para a construção desses indicadores são os números provenientes, principalmente, dos Registros de Câncer e do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS).
Entre os tipos de tumor mais comuns no Brasil, o câncer de pele do tipo não melanoma continua na liderança. No recorte por gênero, a neoplasia de mama entre as mulheres e a de próstata nos homens permanecem como pontos de atenção, figurando no topo da lista quando observada essa divisão da população. Além disso, outros tipos de câncer com alta incidência, como o câncer de pulmão e o câncer de intestino, ambos muito ligados a hábitos de vida pouco saudáveis, apresentam elevadas taxas.
Mas se os números de novos casos de forma geral permanecem quase inalterados em comparação ao que se observou em 2018 e 2019, quando a incidência medida foi de 600 mil novos casos por ano, a mortalidade pela doença aos poucos tem dado sinais positivos de redução.
Neste cenário, 2020 desponta como um ano emblemático no tratamento do câncer, com a chegada de drogas inovadoras e tratamentos que prometem melhorar não só as chances de sobrevivência, mas também a qualidade de vida dos pacientes.
“Alternativas de terapias cada vez mais personalizadas e individualizadas fazem com que o câncer se aproxime cada vez mais de se tornar uma doença considerada crônica, com benefícios efetivos à qualidade de vida do paciente”, é o que aponta o oncologista Bruno Ferrari, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas.
Para ele, este ano pode ser entendido como um divisor de águas no futuro do tratamento da doença. “Temos novidades que têm se mostrado bem sucedidas nos meio médico e científico, como o imunoterapia e o tratamento com anticorpos monoclonais. O chamado CAR-T Cell também vem conquistando grande espaço em casos de tumores hematológicos, um avanço que se mostra animador quando nos referimos a em especial a leucemias e linfomas”, aponta.
O Dr. Bruno enfatiza que a produção de conhecimento na área da oncologia no Brasil e no mundo passa por uma fase de crescimento incomparável. Mas, mesmo sinalizando os próximos anos como positivos e de chegada de avanços, lembra que há desafios no tocante às aprovações necessárias para adoção dos testes moleculares e chegada de novas medicações, como também na garantia do acesso igualitário à toda sociedade. Apesar da ressalva, o médico garante que há motivos para comemorar e indica que a informação é ferramenta essencial para assegurar o protagonismo a todos, pacientes ou não, em um momento de mudanças nos paradigmas da doença.