Com o objetivo de contribuir no combate à epidemia de zika, pesquisadores do grupo BioPol dos Departamentos de Química e de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) estão desenvolvendo um imunochip que detecta a doença. “No nosso sensor, a detecção da doença da dengue é indireta. O que se detecta não é o vírus, mas um antígeno característico da infecção. Essa detecção se dá através de anticorpos ancorados no biossensor, que detectam rapidamente a presença do antígeno no soro e, indiretamente, nos dá a resposta de infecção”, afirmou à Agência Fapesp o doutorando em bioquímica Cleverton Pirich, um dos autores do estudo. O imunochip é capaz de detectar a presença de moléculas do antígeno (NS1) para a dengue em soro sanguíneo, fornecendo um resultado positivo ou negativo de forma rápida. A base do imunochip é um cristal de quartzo importado, sobre a qual são depositados os demais componentes em finas camadas. “O imunochip foi desenvolvido para detectar moléculas do antígeno da doença da dengue em qualquer material em meio líquido. Mas o princípio pode ser aplicado na detecção de outras doenças, assim como em aplicações ambientais e saúde para detectar moléculas contaminantes presentes em água, alimentos e meio ambiente, por exemplo”, disse a orientadora do trabalho, Maria Rita Sierakowski. “Como foi discutido e demonstrado em nosso trabalho, um imunochip desse, se desenvolvido e comercializado, poderá ser uma ferramenta de diagnóstico em tempo real, capaz de fornecer resultados em aproximadamente 15 minutos”, completou.
Bahia Notícias