Imagens de tortura a um menor de idade, acusado de roubar uma bicicleta de um homem sem perna, dividiram opiniões na internet nesse sábado (10). Poucas horas após o vídeo do adolescente sendo tatuado na testa viralizar, uma campanha virtual foi lançada para arrecadar R$ 15 mil para remover uma tatuagem com os dizeres “Eu sou ladrão e vacilão” do rosto do dele.
Até o fim da manhã deste domingo (11), a vaquinha já havia somado R$ 16 mil. O coletivo Afroguerrilha, responsável pela arrecadação, diz conhecer o garoto desde que ele era pequeno e afirma que a família do adolescente vive uma situação de pobreza e falta de condições muito grave.
A tatuagem tenta “tirar dele, que é periférico e menor de idade, qualquer perspectiva de futuro. Isso é um caso de tortura e humilhação muito grave, que vai causar transtornos sociais a ele por muito tempo”, diz o texto de apresentação da campanha.
Vando Rocha, de 33 anos, tio do garoto, conta que a família somente soube do ocorrido através das redes digitais. “Meu filho, primo do R.R. que me procurou e mostrou o vídeo da agressão. Assim que vi comecei a chorar, meu coração não aguentou”, conta ele. O jovem, que é usuário de drogas e já foi internado três vezes pela família em clínicas de reabilitação, mas acabou fugindo.
Além de pagar a remoção da tatuagem, o dinheiro arrecadado deve “ajudar nos custos do processo judicial contra o torturador, que foi preso, ainda no sábado, juntamente com o autor do vídeo da tortura; custear parte dos cuidados psicológicos e no tratamento contra a dependência química do garoto”, diz o Afroguerrilha.
O adolescente, que estava desaparecido desde o dia 31 de maio, foi encontrado por amigos no fim da tarde deste sábado, caminhando pela Estrada dos Casa, em São Bernardo do Campo, interior de São Paulo. Depois de encontrado, o adolescente prestou depoimento no 3º Distrito Policial da cidade, onde estão presos o tatuador e seu amigo que gravou as cenas de tortura, e já voltou para a casa da família.
R7