Todos os anos, inúmeros brasileiros acabam com a declaração de Imposto de Renda indo parar na malha-fina da Receita Federal, seja por pendências gigantescas ou por um mero detalhe que gerou uma divergência entre a informação declarada e o banco de dados do Fisco. Pensando nisso, o R7 consultou um especialista para destacar alguns aspectos comuns que determinam o direcionamento do documento para a temida malha-fina.
De acordo com o CEO da Wolters Kluwer, Divisão Fiscal e Contábil no Brasil, Roberto Regente Júnior, várias situações podem levar as declarações para a malha-fina. Em função disso, ele orienta que a entrega do documento não pode ser tratada como um “evento sazonal” que ocorre todos os anos depois do Carnaval.
— Tudo o que você pode fazer para mudar o destino da sua declaração foi feito no exercício anterior, até o dia 31 de dezembro do ano passado. As pessoas têm que começar a adquirir um hábito de criar o conceito da gestão de patrimônio. […] Durante o ano inteiro, qualquer informação ou decisão que vá impactar o meu patrimônio têm que ser avaliada e pensada. Isso pode e deve ser simulado para ver o impacto na declaração de Imposto de Renda do ano seguinte.
Regente avalia que o planejamento é uma das formas de se precaver para não ir parar na malha-fina da Receita. Para isso, ele lista alguns erros comuns que podem ser facilmente evitados.
Declaração conjunta
Regente avalia que um dos erros comuns cometidos pelos brasileiros na hora de preencher a declaração de Imposto de Renda ocorre com os documentos entregues em conjunto pelos casais. Ele afirma que a omissão de alguma informação pode fazer com que a declaração fique retida.
— Os dois têm rendimento e eles esquecem de informar os valores de um deles. Toda essa parte de rendimento entregue legalmente pelas empresas é importante.
Despesas médias
Outro erro comum citado pelo especialista envolve os gastos com despesas médicas. Segundo o CEO da Wolters Kluwer, é errado declarar todos os valores para os planos de saúde que fazem o reembolso das consultas.
— O correto é declarar a diferença entre o pago e o recebido. Se declarar errado, vai parar na malha-fina.
Preenchimento
Regente alerta que falta de atenção também direcionam muitas declarações para a malha-fina. De acordo com o especialista, uma pequena informação preenchida incorretamente pode direcionar o contribuinte direto para a mordida do leão.
— A gente não pode esquecer que a maioria das informações já estão disponíveis digitalmente e computador não digita errado. Então, você tem que ter atenção ao digitar os valores porque pode ser chamado para uma atualização, mesmo que o erro seja centavos.
Bens
Também é recorrente erros envolvendo a ficha de bens. Segundo Regente, todas as propriedades pertencentes ao contribuinte têm que ser declaradas pelo valor de aquisição.
— Os valores não podem ser atualizados em todos os exercícios. Não interessa se você comprou um imóvel por R$ 1.000, ele valorizou e hoje vale R$ 1.500. O valor para declaração é R5 1.000. Você não pode reajustar.
Já nos casos que envolvem informes, o CEO da Wolters Kluwer recomenda atenção redobrada com a digitação dos CNPJs. Regente diz que é comum, principalmente entre os bancos, existirem diversas pessoas jurídicas dentro de uma mesma instituição, cada uma delas destinada para cada remo de atividade.
— Se você colocar um CNPJ com a definição não atrelada à definição mencionada, vai cair na malha-fina também por estar declarando uma coisa de uma empresa que não faz aquilo.
R7