Visibilidade, incentivo à prevenção, esclarecimento sobre os fatores de risco e sinais de alerta, direito à detecção precoce, investimentos para o avanço dos tratamentos. Essas são algumas das questões potencializadas no Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado anualmente em 8 de abril. Instituída há mais de 35 anos, a data visa conscientizar a população global diante de uma doença que pode atingir cerca de 1 em cada 5 pessoas ao longo da vida.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a previsão é do registro de 35 milhões de novos casos em 2050, um crescimento de 77% em comparação com os 20 milhões de ocorrências estimadas em 2022. Já o Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta que, até 2025, serão diagnosticados 704 mil novos casos no Brasil. Em relação à Bahia, espera-se mais de 116 mil por ano. Dentre os mais de 100 tipos de câncer, os frequentes entre os brasileiros são os de mama, próstata, cólon e reto, pulmão e estômago.
Cleydson Santos, médico e coordenador do Hospital Integrado do Câncer do Mater Dei Salvador, ressalta que cada tipo tem seus sinais e sintomas específicos, mas determinadas alterações sugerem tumores. “Perda de peso inexplicada, febre, suor excessivo à noite, sangramentos anormais de qualquer natureza, dores, nódulos que surgem pelo corpo e manchas na pele devem chamar atenção para a investigação médica”, afirma.
No que diz respeito ao aumento do risco de desenvolvimento, o especialista alerta que tabagismo, consumo excessivo de álcool e alimentos industrializados, sedentarismo, obesidade, exposição solar sem proteção, prática sexual sem preservativo e uso de hormônios sem prescrição são fatores diretamente associados. Por isso, alimentar-se de maneira saudável, fazer exercícios físicos regularmente, evitar exposição solar nos períodos de maior radiação UV, buscar vacinação contra hepatite B e HPV, bem como suspender a ingestão abusiva de bebidas alcoólicas e o hábito de fumar, são os meios ideais de prevenção.
Tecnologia aliada ao diagnóstico e cuidados
Apesar da previsão do aumento de casos, estudos do Inca confirmam que a descoberta do câncer no início de suas manifestações dá ao paciente 90% de chance de cura. Segundo o coordenador do hospital integrado, é justamente o aperfeiçoamento dos exames de rastreamento e tratamentos medicamentosos que tem permitido o controle dos quadros na maioria das ocorrências ou desaparecimento da doença.
“Hoje em dia, fora as quimioterapias tradicionais, existem as terapias que são focadas nas alterações que os tumores podem ter. Com o progresso das tecnologias, os exames de ressonância nuclear, endoscopia, colonoscopia e tomografia computadorizada por emissão de pósitrons (PET-CT, sigla em inglês) tornaram-se mais modernos, auxiliando no combate de acordo com as características de cada tipo. Aliados a eles, temos medicamentos capazes de inibir fases como a formação de vasos sanguíneos nos tumores e bloquear hormônios naqueles que são dependentes”, destaca.
Além disso, ele pontua que a Rede Mater Dei de Saúde tem acompanhado esses avanços, contando inclusive com melhorias na área de radioterapia e na precisão cirúrgica. O Hospital Mater Dei Salvador, por exemplo, possui equipamentos sofisticados e realiza cirurgias robóticas no enfrentamento ao câncer de pulmão, próstata, colorretal, entre outros. “Paralelo aos tratamentos localizados e operações precisas e seguras com robô, há os esforços da equipe multiprofissional do hospital. A cada ano mais especialistas estão envolvidos nos cuidados personalizados aos pacientes oncológicos, impactando não apenas na cura, mas também na qualidade de vida”, conclui o médico.
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