Vereadora Marta Rodrigues presidiu sessão especial que marca a passagem da data mundial
“A assistência à pessoa autista não pode ser puramente médica e assistencialista”, defendeu a vereadora Marta Rodrigues (PT) durante a sessão especial em comemoração ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril. A atividade aconteceu no Plenário Cosme de Farias, na manhã desta quinta-feira (6). “Esta é uma atividade para conscientização. Quando trazemos esses temas para um espaço como a Câmara, damos visibilidade, quebramos paradigmas e aumentamos o debate”, completou a vereadora.
“Estamos na luta por políticas públicas. São pessoas que demandam atendimento multidisciplinar, inclusão e diagnóstico precoce”, afirmou a presidente da Associação de Familiares e Amigos da Gente Autista (Afaga), Mariene Maciel.
A coordenadora de Políticas Transversais da Secretaria Estadual de Saúde, Liana Figueiredo, destacou que a Bahia foi o primeiro estado a contar com um centro público de atendimento a pessoas com autismo.
O Centro de Referência Estadual para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CRE-TEA), inaugurado em novembro de 2016, atende cerca de 200 pacientes por mês e funciona também como um espaço para capacitação de profissionais voltados ao atendimento às pessoas com Transtorno do Espectro Autista em todo a Bahia.
“Sua grande importância está no matriciamento para os profissionais, além do tratamento e atendimento multiprofissional aos portadores de autismo”, disse Liana Figueiredo.
Já na rede estadual de ensino, há 4.230 alunos matriculados no ensino médio. Na rede municipal, estudam dois mil portadores de síndrome de Down e 559 alunos com autismo. “Esse número cresceu muito nos últimos anos. Isso se deve ao empoderamento familiar, pois os pais começaram a entender que esses jovens têm direito à educação e que não podem ficar em casa parados, sem fazer nada. O atendimento é feito por professores especializados”, destacou a coordenadora de Educação Especial da Secretaria de Educação, Tereza Cristina Holanda.
União
“Não é só um ator que vai fazer essa transformação. Somos todos nós juntos. Essa luta, tão antiga, só há pouco tempo vem ganhando visibilidade. No Brasil, a gente fazia uma ginástica jurídica para dizer que a pessoa com autismo era um portador de deficiência e que possuía todos os direitos desse grupo. São muitas lutas e desafios diários para garantir o básico”, afirmou a promotora e integrante do Grupo de Atuação Especial de Defesa da Educação do Ministério Público da Bahia, Cintia Guanaes.
A Câmara Municipal tem em seu quadro de colaboradores um portador do espectro autista. O assessor parlamentar Emerson Santos atua no gabinete do vereador Cezar Leite (PSDB). “Temos que focar nas habilidades e deixar de lado as deficiências. Emerson está feliz com o emprego, responde bem às demandas e sua família também está satisfeita com esse avanço dele”, disse o parlamentar que também participou da sessão.
“Gosto do meu trabalho aqui. Eu faço pesquisas na Internet sobre os assuntos que me pedem, cuido das impressões e xerox”, disse Emerson que poupa parte do salário para comprar um computador para ajudar nos seus estudos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Quero fazer faculdade de Engenharia”, contou o assessor.
A ex-vereadora Vânia Galvão, que presidiu sessões com este tema em sua última legislatura, participou da mesa do evento e cobrou políticas públicas efetivas na área que “atendam não somente às necessidades dos pacientes, mas também de suas famílias”.
Também fez parte da mesa a coordenadora do Centro de Referência Estadual para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CRE-TEA), Márcia Guimarães.