Eritroblastose fetal: a incompatibilidade sanguínea da gestante com feto

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A eritroblastose fetal é desencadeada pela incompatibilidade dos grupos sanguíneos da mãe e do bebê. Esta condição pode provocar anemia grave e trazer sérias consequências ao bebê, se não diagnosticada precocemente. Por este motivo, toda gestante com fator sanguíneo Rh negativo deve estar atenta e comunicar o seu médico, antes mesmo da concepção, sempre que possível, para que todos os cuidados sejam tomados.
Segundo o Dr. Alexandre Rossi, médico ginecologista e obstetra, responsável pelo ambulatório de Ginecologia Geral do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros e médico colaborador de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP, o fator Rh negativo não é impedimento para a gravidez. “Basta realizar, no pré-natal, o teste de Coombs, que verifica a presença de anticorpos. O tipo sanguíneo do feto poderá ser definido por meio da amniocentese. Além disso, também é importante que haja um rigoroso acompanhamento do desenvolvimento fetal ao longo da gestação, por meio de ultrassonografias e outros exames, quando necessário, para detecção de eventuais alterações no desenvolvimento fetal, como o acúmulo de líquidos em diferentes partes do corpo”, explica.
Para as mulheres Rh negativo que já tiveram um filho, os riscos são ainda maiores.
“Nestes casos, a mãe Rh negativo já foi exposta, ou seja, na gestação anterior de um filho Rh positivo, esta mulher foi sensibilizada, passando a produzir os anticorpos. Por este motivo, no caso de uma nova gestação com feto Rh positivo, os anticorpos já produzidos atravessarão a barreira placentária, causando a eritroblastose fetal”, alerta o Dr. Alexandre.
Por este motivo, nestes casos, é ainda mais importante o acompanhamento de um obstetra desde o princípio. Sintomas e tratamento
Uma das principais manifestações clínicas da eritroblastose fetal é a anemia intensa. A criança também pode apresentar icterícia, devido ao acúmulo de bilirrubina. Nos casos mais graves, a criança apresentará hidropsia fetal, ascite (acúmulo de líquido no abdômen), edema (inchaço) generalizado, entre outros sinais. Estas manifestações acontecem pela destruição das hemácias, em razão da ação dos anticorpos presentes no organismo da mãe. Por este motivo, assim que o feto tiver maturidade pulmonar, é recomendada a interrupção da gravidez.
É possível diagnosticar precocemente a eritroblastose fetal por meio do teste de Coombs, que identifica a presença de anticorpos anti-Rh. Este teste deve ser realizado em todas as gestantes Rh negativo. Confirmada a incompatibilidade com o tipo sanguíneo do feto, a gestante deverá receber a imunoglobulina anti-Rh.
O tratamento da eritroblastose fetal consiste na exsanguineotransfusão, que consiste na substituição do sangue do recém-nascido por outro compatível, garantindo a correção da anemia e diminuição da bilirrubina, evitando complicações mais graves. Outra medida que poderá ser indicada é a fototerapia, para controle dos níveis de bilirrubina no sangue.
“Vale destacar que o ideal é sempre diagnosticar o problema ainda durante a gestação, para que medidas sejam adotadas precocemente”, ressalta o Dr. Alexandre.

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