Na Tempo de Criança sessões em grupo são realizadas quinzenalmente com crianças de 7 a 10 anos para discutir temas como respeito às diferenças e empatia
Apelidos incômodos, implicâncias de colegas e vizinhança, brigas e mudanças de comportamento são alguns fatores comumente ligados à prática do bullying. Suas consequências podem atingir crianças e adolescentes e são constantemente divulgados pela mídia. Mas, além de estarem vigilantes e atentos, como os pais e a escola podem minimizar o problema? Qual é o papel da escola e que iniciativas podem ser tomadas para suscitar a reflex&at ilde;o de temas como respeito e empatia entre os pequenos?
Na Escola Tempo de Criança, no Itaigara, uma iniciativa vem ampliando o debate com os alunos e discutindo a importância de respeitar o outro. Na unidade, sessões em grupo são realizadas quinzenalmente com as crianças de 7 a 10 anos, abordando temas como respeito, diversidade, diferenças, expressões de sentimentos, empatia, entre outros. Os assuntos são abordados através de histórias infantis, vídeos, dinâmicas de grupo e das próprias “queixas” das crianç ;as no cotidiano escolar.
De acordo com a psicopedagoga e vice-diretora pedagógica da escola, Larissa Machado, é necessário que as crianças encontrem um espaço de escuta, no qual elas possam compartilhar suas angustias de forma respeitosa. “A proposta é abrir espaço para se tratar essas questões, compartilhando pontos de vista, sensibilizando as crianças, ajudando-as a se colocarem no lugar dos outros e construírem uma consciência emocional para que sejam capazes de identificarem os seus sentimentos e os dos seus colegas criando um ambiente sócio moral”, explica.
A profissional comenta que a atividade oferta esse espaço para que as crianças possam trazer para o grupo os conflitos e insatisfações que ocorreram entre elas para que coletivamente possam ser pensados e resolvidos. “Nesses momentos elas trazem sempre a ideia de que brincadeira é quando todos estão igualmente se divertindo, quando um ou poucos estão se divertindo e um ou outros estão sofrendo com a situação já deixa de ser brincadeira. Isso se constitui uma referência para que eles possam julgar seus atos e saberem o momento de parar”.
Larissa explica que a escola e a família são as instituições responsáveis pelo desenvolvimento e formação da criança e devem estar juntas em tudo que envolva esses aspectos, cada uma atuando na parte que lhe cabe. “À família cabe estar atenta, presente, observando e identificando os comportamentos dos seus filhos, tanto os que podem estar sendo vítimas, quanto os que estão sendo os provocadores. Cabe a escola, igualmente, estar atenta aos seus alunos e atuando diretamente nas si tuações que precisam ser cuidadas”, pontua a psicopedagoga.