Aos 80 anos, dona Espedita Barreto chegou cedo ao local, depositou flores e alfazema aos pés da imagem da orixá, na Colônia de Pescadores. Emocionada, fez orações e pedidos. “Sempre peço paz, saúde e proteção para mim e minha família. Mas o mais importante aqui é agradecer. Agradeço com muita fé o fato de ter voltado a andar. Iemanjá, minha mãe, me curou de uma paralisia que estava desenvolvendo já adulta”, afirma a dona de casa
Quem foi ao bairro também pôde conferir símbolos da Bahia, como afoxé, capoeira e comidas típicas. Muita gente aproveitou para incrementar a renda do mês com a venda de flores e contas. Com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura (Secult), a procissão-performance intitulada Lavagem também reforçou o clima de festejo. Cinquenta mulheres de diferentes idades, profissões e experiências de vida expressaram a fé em caminhada artística que partiu do Casarão Lalá, na Rua da Paciência até a beira do mar, onde presentearam Iemanjá com coroas de flores. A manifestação mistura fé e luta feminista.
A titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Fabya Reis, destacou o protagonismo da festa. “Trata-se de uma relevante e notória expressão de fé do povo baiano com suas preces, rituais, balaios repletos de presentes e esperança em dias melhores. Fica a mensagem e o compromisso de seguirmos na luta pelo combate à intolerância religiosa, enfrentamento ao racismo e às opressões, construindo e articulando políticas públicas que promovam a igualdade racial e melhores condições de vida para a população”.
De férias em Salvador, a mineira Fernanda Vieira arrastou os amigos soteropolitanos para participarem das comemorações. A enfermeira tinha curiosidade de conhecer os festejos de Iemanjá e teve a chance de participar pela primeira vez. “Ouvia muitos amigos meus de Belo Horizonte, que já haviam participado. Hoje pude perceber que é algo único, muito especial. A energia é maravilhosa”, conta a turista.
Segurança
Para a Festa de Iemanjá deste ano, a segurança pública foi reforçada. Os festejos contam com um esquema policial com mais de 900 profissionais, entre eles policiais civis, militares e bombeiros. Divididos em três postos de abordagem, sete bases móveis, três postos de comando e oito postos elevados, cerca de 700 policiais militares garantem o policiamento na festa e no entorno, com a utilização de patrulhas nas principais vias de acesso.
Liderados pelo Comando de Policiamento Regional Atlântico, participam da festa unidades das operações Gêmeos e Apolo, os batalhões de Polícia de Choque e Especializado em policiamento turístico, esquadrão de motociclistas Águia e Polícia Montada, além do reforço da 12ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM).