O ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, morreu aos 90 anos na noite desta sexta-feira (25). A morte foi confirmada pelo irmão do líder cubano e atual presidente do país, Raúl Castro.
O irmão de Fidel disse que informações sobre o funeral serão divulgadas nas próximas horas. O corpo do líder cubano será cremado, pois esse era o desejo de Fidel, de acordo com seu irmão.
Fidel Castro nasceu em 13 de agosto de 1926 no povoado cubano de Birán. Filho de um produtor de cana-de-açúcar que emigrou da Espanha e de uma cubana, ele conheceu, desde muito jovem, a pobreza e as condições adversas enfrentadas pelos trabalhadores rurais de seu país.
No início dos anos 1950, o jovem Fidel se formou em direito na Universidade de Havana, onde começou a se interessar pela política. Três anos depois, em julho de 1953, liderou um levante contra Fulgencio Batista, ditador militar que governava Cuba desde 1934.
Fidel e outros 165 jovens promoveram um ataque frustrado aos quartéis de Moncada, em Santiago de Cuba. Essa foi sua primeira ação armada contra o governo cubano que era apoiado pelos EUA.
Depois do ataque, ele foi preso, julgado e condenado a 15 anos de prisão. Por ser advogado, escreveu sua autodefesa em que se encontra a famosa frase “a história me absolverá”. Fidel foi libertado após cumprir 22 meses de prisão por uma anistia geral decretada em 1955.
No dia 2 de dezembro de 1956 ele e outros 81 revolucionários iniciaram uma operação que mudaria o destino de Cuba. Eles chegam a Cuba no barco “Granma”, mas a maioria dos rebeldes foi rapidamente dispersada. Fidel, seu irmão, Raúl Castro, e o argentino Ernesto Che Guevara conseguiram fugir para as montanhas de Sierra Maestra, onde iniciaram uma guerrilha.
Durante três anos uma sangrenta luta armada dividiu a ilha caribenha. Depois de muitos altos e baixos, os revolucionários venceram a guerra contra os militares cubanos. No dia 1° de janeiro de 1959 o ditador Batista fugiu para a República Dominicana.
Fidel entrou em Havana no dia 8 de janeiro de 1959, depois de uma viagem triunfal pelo país. Ele foi consagrado comandante supremo das Forças Armadas de Cuba e iniciou as transformações políticas, econômicas e sociais que levaram aquela nação ao regime socialista.
O líder cubano promoveu a nacionalização de empresas estrangeiras, uma reforma urbana e a indústria nacional, além de instituir a gratuidade do ensino e o fim da privatização da saúde.
O triunfo dos revolucionários na ilha não agradou aos EUA, nação totalmente contrária aos valores do regime político socialista. A foto tirada em 1960 mostra dirigentes cubanos andando abraçados na frente do cortejo fúnebre realizado em 5 março de 1960, após um ataque a bomba dos EUA sobre o navio cubano La Coubre, no porto de Havana.
No dia 3 de janeiro de 1961 os americanos romperam relações diplomáticas com Havana, que só foram retomadas em 2015.
Em abril do mesmo ano, Fidel comandou suas tropas para frustrar uma tentativa de invasão de exilados cubanos que contavam com o apoio dos EUA, na baía dos Porcos. Na imagem, o revolucionário está conversando com homens presos durante a tentativa de invasão.
Em janeiro de 1962 os americanos continuaram promovendo ações de retaliação ao governo de Fidel impondo um embargo econômico total. Em outubro deste mesmo ano, a situação quase saiu do controle com o início da crise dos mísseis.
A presença de bombas soviéticas em Cuba provocou um impasse entre Moscou e Washington. Muitos acreditaram que ocorreria uma guerra nuclear, mas a União Soviética retirou os mísseis de Cuba.
Fidel envia soldados para Angola para ajudar o governo de esquerda a combater rebeldes apoiados pela África do Sul em 1975.
Cinco anos depois, ele permitiu uma fuga em massa de cubanos que ficou conhecida como “Êxodo de Mariel”. Mais de 125 mil cubanos partiram para os Estados Unidos, a maioria pelo porto de Mariel.
A União Soviética, principal aliado de Cuba durante o governo de Fidel, se dividiu em 1990, fato que mergulhou a ilha numa grave crise financeira. Os problemas econômicos se agravaram a tal ponto que Fidel acabou decretando o fim da proibição do uso de dólares norte-americanos em Cuba.
Em agosto de 1994 centenas de moradores de Havana fizeram manifestações antiFidel. Mais de 35 mil pessoas abandonam a ilha em jangadas e barcos improvisados, o que forçou os Estados Unidos a permitirem 20 mil vistos legais de entrada a cubanos por ano.
Depois de ficar duas horas discursando em um palanque em 2001, Fidel sofre um curto desmaio, devido ao cansaço e à exposição ao sol. Esse foi o primeiro sinal que ele deu ao público de que sua saúde estava abalada.
Em 2004, o líder revolucionário quebrou o joelho esquerdo e o braço direito numa queda depois de proferir um discurso no mausoléu de Che Guevara, em Santa Clara. Dois anos depois, Fidel entregou temporariamente o poder ao irmão Raúl.
Castro, após se submeter a uma cirurgia no intestino. A imagem mostra Fidel e Raúl Castro juntos em Havana, em julho de 2004.
O ex-presidente cubano se afastou da política em 2006 por motivos de saúde e raramente faz aparições públicas. Em 2008, seu irmão, Raúl, foi oficializado como seu sucessor na Presidência de Cuba.
R7