Após reclamação pública de entidades e até de uma ministra francesa, a Fifa decidiu abrir investigação para apurar denúncia de racismo no amistoso entre a Rússia e a França, realizado nesta terça-feira (27), em São Pertersburgo, que valeu como preparação para a Copa do Mundo. Em comunicado, a entidade máxima do futebol mundial afirmou que está coletando evidências para investigar o caso.
“A Fifa está buscando relatórios e potenciais evidências referentes ao incidente discriminatório reportado pela mídia. Até avaliarmos toda a informação disponível, não comentaremos o caso”, anunciou a entidade.
Mais cedo, entidades cobraram a Fifa para iniciar a apuração de manifestações racistas por parte da torcida russa no amistoso com a França. Os torcedores teriam ofendido jogadores negros da seleção rival, caso do meia Paul Pogba, ao longo da partida vencida pelos franceses por 3 a 1.
Segundo a agência de notícias Associated Press, os gritos que imitavam macacos podiam ser ouvidos claramente na arquibancada toda vez que um jogador negro francês tocava na bola. Era possível até ouvir as manifestações racistas na transmissão de televisão após o gol marcado por Pogba.
O episódio gerou rápida reação do grupo Fare Network, que luta contra a discriminação. A entidade costuma ajudar a Fifa na investigação de casos de racismo no futebol. A ministra do Esporte da França, Laura Flessel, também cobrou ação da Fifa, nas redes sociais.
“O racismo não pode ter espaço no campo de futebol. Devemos agir juntos, em nível europeu e internacionalmente, par interromper este comportamento intolerável”, afirmou a francesa.
O caso ocorre a menos de três meses do início da Copa do Mundo, no dia 14 de junho. Trata-se do terceiro episódio de racismo na temporada no mesmo estádio de São Petersburgo, que receberá uma das semifinais do Mundial. Antes o Zenit St. Petersburg enfrentou duas denúncias por situações semelhantes em jogos da Liga Europa.
Em uma delas, em dezembro, o time russo foi multado porque um torcedor exibiu uma faixa que elogiava Ratko Mladic, ex-militar sérvio, responsável pelo Massacre de Srebrenica, em julho de 1995, que resultou na morte de oito mil muçulmanos bósnios.
R7