Pais de crianças serão obrigados por lei a vacinar seus filhos a partir de 2018 na França, de acordo com anúncio do novo primeiro-ministro, Edouard Philippe. Em pronunciamento no Parlamento francês na terça-feira (4), o premiê afirmou ser “inaceitável” que ainda haja bebês morrendo de sarampo em um país pioneiro na produção de imunizantes. As informações são da agência Reuters e do jornal britânico The Independent.
Três vacinas infantis — contra difteria, tétano e pólio — já são obrigatórias na França. Imunizantes contra hepatite e coqueluche, por sua vez, são simplesmente recomendados. A partir do próximo ano, todas as 11 vacinas infantis recomendadas por agências de saúde internacionais serão obrigatórias por lei no país. A medida segue política já adotada na Itália, onde crianças não vacinadas não podem estudar em escolas públicas.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) vem lançando seguidos alertas a respeito do surto de sarampo que se espalha pelo continente europeu ainda que já exista uma vacina segura e efetiva disponível para a população.
As autoridades acreditam que os movimentos antivacina — conhecidos como anti-vaxxers — tenham responsabilidade na redução de imunizantes aplicados contra as principais doenças contagiosas em vários países nos últimos anos. Pesquisa realizada desde 2012 pelo Instituto Ipsos e divulgada em 2016 mostra que três em cada dez franceses não confiam na segurança das vacinas, com apenas 52% dos entrevistados afirmando que os benefícios dos imunizantes se sobrepõem aos riscos.
79 casos de sarampo foram reportados na França nos primeiros dois meses de 2017, segundo o Centro Europeu para Controle e Prevenção de Doenças. Entre o início de 2008 e o fim de 2016, houve mais de 24 mil diagnósticos da doença no país. Destes, 1,5 mil desenvolveram complicações sérias e dez óbitos.
Outra das ações anunciadas por Philippe foi o aumento do preço do maço de cigarros — que vai passar de 7 para 10 euros (R$ 37,50).
R7