A pandemia do novo coronavírus fez muitos negócios fecharem as portas em 2020. Vimos empresas criando delivery, se reinventando e, até, mudando suas operações.
Uma tendência que vinha se intensificando, tomou mais forma na pandemia e que deve se consolidar nos próximos anos é o uso de cozinhas e espaços compartilhados. O motivo é simples: redução de custos.
“As franquias e o varejo, de uma forma geral, implantaram muita tecnologia nas operações durante a pandemia. Aprendemos a ser mais eficientes e tudo isso reflete no modelo de nossos negócios”, diz André Friedheim, presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchising).
Friedheim afirma que o compartilhamento das operações está crescendo no Brasil e isso reflete no ganho de eficiência por parte das empresas, que buscam sempre pela redução de custos.
O executivo destaca que normalmente as empresas que se unem para dividir um espaço físico em loja ou cozinha têm sinergia, se complementam e nunca são concorrentes.
“Muitas vezes são operações da mesma rede, que tem mais de uma marca, ou por franqueados diferentes, mas que conseguem aumentar a sua eficiência unificando os processos.”
É o caso de Luiz Felipe, diretor do Grupo Alento e vice-presidente da ABF Rio. O executivo mantém a operação de oito marcas em uma única cozinha de 50 metros quadrados.
Todas atuam apenas no sistema delivery e em segmentos diversificados da culinária.
• Papah (marmita caseira econômica) e Dona Poli (comida caseira com ingredientes mais elaborados) fazem comida típica brasileira
• Massa Terapia (produz exclusivamente massas)
• Seu Risotto (focada em risoto)
• Z de Pizza (pizzas)
• Godofredo Burger e Maestria (hamburguerias)
• Seu Loriva (açaí, tapioca e omelete)
Atualmente o grupo tem cinco operações, ou seja, cinco cozinhas abertas e que atuam com as oito marcas, todas no Rio de Janeiro. A meta é chegar ao meio de 2021 com 15 cozinhas em funcionamento.
Felipe acredita que a maior vantagem do compartilhamento de cozinha e do sistema delivery é a simplicidade do negócio: não precisa de decoração, talheres, nem de espaço e funcionários para atender ao público.
O executivo estima que o compartilhamento de uma cozinha pode gerar até 50% de redução nos custos de uma marca, se comparada a uma empresa que atua sozinha e que tem períodos de ociosidade na operação.
Para Luis Stockler, consultor especializado em franquias da BaStockler, o compartilhamento de espaço é uma tendência que veio para ficar, mas, no caso de loja física, não é uma implantação tão simples.
“Estamos observando um número grande de lojas grandes dando espaço para outras operações, mas não é uma negociação simples. Exige acordo com o dono do imóvel para sublocação, por exemplo, obras e essas ações não são realizadas de tão rapidamente.”
R7