A Comissão de Intergestores Bipartite (CIB) decidiu ampliar a vacinação contra a Covid-19 direcionada a mães lactantes. A partir de agora, mães com bebês de até 12 meses, com e sem comorbidades, poderão se imunizar. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (20) no Diário Oficial do Estado.
Antes, apenas mães lacantantes com bebês até seis meses estavam sendo vacinadas. A mudança veio a partir da mobilização do movimento ‘Lactantes pela Vacina’, que buscou, junto ao poder público, ampliar a faixa de imunização desse grupo. O objetivo agora é a mobilização para que vacinação chegue às mães com bebês até 2 anos.
Incialmente, apenas mães lactantes com comorbidades estavam contempladas pela vacinação contra o novo coronavírus. No entanto, o grupo argumentou sobre a importância que a amamentação tem no desenvolvimento de uma vida saudável para os bebês, inclusive com a transmissão de anticorpos pelo leite materno.
Em carta aberta direcionada ao Governo da Bahia e à Prefeitura de Salvador, as mães lactantes reforçaram que a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, após os seis meses de vida, a amamentação continue até dois anos ou mais, com introdução de alimentação complementar saudável.
“O Brasil está entre os países com mais mortes de bebês por Covid-19 no mundo. Especialistas explicam que esse índice está associado ao número elevado de casos, além da falta de testagem, diagnóstico tardio e não recomendação do uso de máscaras em menores de 2 anos”, alerta o texto.
As mães defendem um escalonamento por faixa de idade dos bebês, para que se possa fazer um melhor gerenciamento das doses de vacinas no estado. “Estamos conscientes das limitações no quantitativo de doses e da necessidade premente de equalizar a distribuição das vacinas entre os diversos grupos prioritários”, diz a carta.
“É importante ponderar, porém, que uma política pública desta natureza deve ser aplicada de maneira integral, de modo que cindir a categoria de lactantes, por um simples marco temporal revela-se uma grande afronta aos princípios da igualdade e da equidade que deve nortear a política pública de imunização”, prossegue o texto.
Por fim, as mães lembram que a vacinação de todas as lactantes, além da proteção dos bebês, será ferramenta de garantia da sobrevivência dessas mulheres para criação de seus filhos.